Padres católicos do norte da Polónia queimaram livros considerados ofensivos ou impróprios, incluindo volumes da saga Harry Potter, um sucesso crítico e comercial com fãs em todo mundo. Esta atitude provocou reacções diversas nas pessoas. Há quem a considera de extrema e típica da época medieval, altura em que a igreja queimou obras literárias importantes. Mas há também quem apoia, considerando que “livrar-se de tudo o que não é bom para a sua vida” é o caminho para “ela mudar”.
Segundo informações veiculadas pela imprensa internacional, o grupo religioso da cidade de Koszalin, a SMS z Nieba, conhecido por enviar textos e frases cristãs através de mensagens de telemóvel, publicou várias fotografias da queima na sua página do Facebook. É possível perceber através das imagens publicada nas redes sociais que foram queimados vários livros, incluindo Harry Potter e a Câmara dos Segredos de J. K. Rowling, um volume da série Casa da Noite de P. C. Cast, e o primeiro volume da saga Crepúsculode Stephenie Meyer.
Todas as obras referidas são destinadas ao público infanto-juvenil e abordam temas como a magia, vampiros ou lobisomens. Com os livros foram também queimados outros objectos, como uma pequena estátua de um elefante, uma máscara tribal e um guarda-chuva de criança.
A publicação no Facebook do grupo mostra a recolha dos objectos pelos próprios padres, que os colocam em cestos, a escolha do que seria queimado e, depois, algumas imagens da fogueira. A acompanhar as fotografias estão várias citações da Bíblia a condenar a magia.
As opiniões dividem-se. Alguns utilizadores mencionam os escândalos de abusos sexuais na Igreja – em Março a Igreja polaca divulgou um relatório a dar conta de abusos cometidos por cerca de 400 padres desde 1990. Outro leitor questiona como alguém será capaz de queimar livros no século XXI. Outros ainda parecem concordar com a acção — uma utilizadora cujo comentário tem mais de mil e duzentos gostos afirma que “livrar-se de tudo o que não é bom para a sua vida” é o caminho para “ela mudar”.
A Polónia, país natal de João Paulo II, é uma das nações mais católicas da Europa e onde a Igreja é mais influente e amplamente respeitada, nomeadamente pelo seu papel na resistência ao antigo regime comunista.
C/Publico.pt