A primeira-ministra Theresa May enfrenta hoje a votação de uma moção de desconfiança no Parlamento devido a derrota sofrida no processo Brexit, que vai ditar a sua continuidade à frente do governo britânico. Se May cair, os deputados têm duas semanas para decidir sobre novo premiê ou será dissolvido e convocadas novas eleições gerais.
A moção foi proposta pelo líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, imediatamente após a votação do Brexit (saída da União Europeia), na terça. A justificativa apresentada foi que, em dois anos de governo, May não conseguiu elaborar uma proposta boa o suficiente para ser aprovada pela maioria no Parlamento.
Em dezembro, May já havia sido alvo de uma moção semelhante apresentada por seus colegas de partido, o Conservador. Na ocasião, ela venceu a votação interna e foi mantida no cargo. Segundo a imprensa britânica, a premiê deve sobreviver a mais este teste e obter os votos necessários para continuar no poder.
Quando uma moção de desconfiança é apresentada, o governo tem questionada sua capacidade de exercer a liderança, por isso é realizada uma votação para verificar se o líder deve ou não permanecer no cargo.
Caso May perca a votação desta quarta, ela pode renunciar ao cargo por iniciativa própria. Mas o Partido Conservador pode insistir em seu nome, apresentando-a novamente como candidata para permanecer no posto de primeira-ministra.
O mais provável num caso desses, no entanto, é que o partido apresente outro candidato. Outros partidos também podem lançar seus próprios nomes ao cargo e os parlamentares têm um prazo de 14 dias para tomar uma decisão. Se ao fim desses dias nenhum nome for definido – ou seja, nenhum partido conseguir comprovar que tem capacidade para liderar o governo, nos termos da legislação – o Parlamento é dissolvido e são convocadas eleições gerais a partir de 25 dias úteis.
C/Globo.com