Cabo Verde vai ter um Centro de Excelência Marinha e Biodiversidade, uma iniciativa apresentada pelo Instituto do Mar (IMAR), em resposta ao apelo à ação lançado durante a 3.ª Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos (UNOC3). O centro, explicou o Ministro do Mar, Jorge Santos, vai ser promovido pelo Ministério do Mar, através do IMar, da Unesco, do Geomar e do Air Center.
A iniciativa de criação de Centros de Excelência Marinha foi apresentada em um dos eventos liderados por Cabo Verde e, de acordo com a tutela do mar, teve uma grande repercussão nos debates da UNOC3. “Estes centros podem ser criados em vários países, no quadro das cooperações. Em Cabo Verde será apoiado pela IMar, Unesco, Geomar e Air Center. Podem ser criadas também nas regiões lusófonas, caso da Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste”, especificou o governante.
Santos garante que estes países estão comprometidos em reforçar as suas capacidades científicas, tecnológicas e de inovação para promover uma governação sustentável dos oceanos, a resiliência climática e a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento de economias azuis inclusivas. “Ancorados em reservas da biosfera reconhecidas pela Unesco e em instituições como o Instituto do Mar e o seu Centro de Ciências Oceânicas de Mindelo (OSCM), e o recém-criado Instituto Nacional de Investigação para as Pescas e Oceanos (INIPO), esses países propõem a criação de Centros de Excelência Lusófonos em Ciências Marinhas e Biodiversidades, que funcionarão como polos regionais de investigação, formação e produção de conhecimento científico, orientado para políticas publicas”.
Os centros, diz, estão alinhados com as agendas globais, como a Década das Ciências Oceânicas para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, a Agenda 2030, o Acordo de Paris e a Agenda de Antígua e Barbuda para os PEIDs. “Esta iniciativa visa superar desafios estruturais comuns, como infraestruturas limitadas, fragmentação institucional e a urgência de acções climatizas integradas e baseadas na ciência”, detalhou, indicando que os centros adotarão mecanismos de coordenação multilateral e cooperação triangular (Sul-Sul e Sul-Norte), promovendo programas dedicados à biodiversidade marinha, observação dos oceanos, sistemas de alerta precoce e pescas sustentáveis, para além de ampliar colaborações com universidades e Cátedras da Unesco em Portugal, Brasil, Espanha e Alemanha.
Por tudo isso, entende o ministro do Mar que foi um ganho Cabo Verde avançar com esta iniciativa. E, neste contexto, aproveitou para apelar aos países parceiros, instituições académicas, agências de desenvolvimento, doadores, entidades das Nações Unidas, sector privado, organizações juvenis e à comunidade internacional para apoiarem a sua criação e operacionalização.
Cabo Verde, refira-se, comprometeu-se ainda a transformar 30% da sua Zona Económica Exclusiva (ZEE) em áreas marinhas protegidas, com planos de gestão e conservação para defender a biodiversidade e garantir a sustentabilidade nos oceanos.