A Delegacia de Saúde de São Vicente, em parceira com a Universidade de Cabo Verde, realiza esta sexta-feira, 6 de dezembro, uma feira de saúde na praça do Liceu Velho para assinalar o Dia Mundial de Luta contra o Sida, sob o lema “Sigamos o caminho dos direitos”, fixando como meta acabar com o Sida até 2030. Estão previstos a realização de aconselhamento e despistagem do HIV, distribuição de preservativos e abordados temas relacionados com a saúde sexual e da discriminação.
De acordo com Jaqueline Cid, a realização desta feira hoje deve-se ao facto de o dia 1 de dezembro, data em que se celebra o Dia Mundial de Luta contra o HIV ter sido num domingo e coincidir com o pedido eleitoral. Entre as atividades previstas, a médica destaca o aconselhamento e despistagem, rastreios de HIV, distribuição de materiais informativos, palestras sobre formas de prevenção, transmissão e manifestações clínicas do Sida e importância do tratamento.
“Sabemos que as pessoas em tratamento têm uma carga viral indetectável e o risco de transmissão é praticamente nulo. Por isso, vamos falar às pessoas dos meios de prevenção, do uso correto de preservativos tanto femininos como masculino, vamos fazer demonstrações, distribuir preservativos e falar da questão da discriminação”, diz a delegada-substituta, lembrando que este ano o lema escolhido é “Sigamos o caminho dos direitos”, tendo como meta acabar com o Sida como ameaça a saude publica até 2030, uma meta que acredita ser possível, desde que as pessoas respeitem os direitos humanos.
Pretendem ainda falar do estigma, comportamento saudáveis, sobre como o uso do álcool e de outras substâncias podem levar as pessoas a terem comportamentos de risco. Jaqueline Cid sublinha que esta é uma doença que atinge não apenas os jovens. Ou seja, todas as faixas etárias estão expostas, pelo que as pessoas precisam estar esclarecidas, sobretudo os adolescentes que iniciam a sua vida sexual num periodo cada vez mais precoce e sem muitas informações.
Para além da DS e da UniCV, a feira contará também com a presença de outras instituições, caso da Cruz Vermelha e Verdefam. “Iremos realizar testes para diagnóstico do VIH e da Sífilis. Isto porque constatamos um aumento do número de casos de pessoas com esta ultima”, acrescenta.
Em termos de casos, São Vicente teve em 2024 números similares aos anos anteriores, sendo que em 2020, ano da pandemia da Covid, foram diagnosticados 27. Em 2021 baixou para 22 e, no ano seguinte, após a saída da pandemia, voltou a aumentar para 55. Até agora, foram diagnosticados 37 casos novos. “Acreditamos que o aumento de casos novos verificado em 2022 pode estar relacionado com a altura em que estávamos a sair da pandemia e houve uma maior procura por serviços de saúde.”
Globalmente, S. Vicente tem 431 pessoas em tratamento, num universo de 481 inscritas. Por sexo, entre os inscritos, 229 são do sexo masculino e 252 feminino. Acredita que isso ocorre porque as mulheres estão mais próximas dos cuidados de saúde e são elas que mais procuram o serviço de testagem.