Trabalhadores da Atunlo marcaram para amanhã, dia 4, uma manifestação que começa com uma concentração junto a fábrica, no Porto Grande do Mindelo, e paragens em frente ao Ministério do Mar e a Direção-Geral do Trabalho. Entretanto, em conversa com o Mindelinsite, o sindicalista Heidy Ganeto acusa a direção da empresa de prestar informações falsas numa reunião mediada pela DGT, o que, segundo ele, acabou por minar a já pouca confiança existente.
O sindicalista Heidy Ganeto acusou a direção da Atunlo de prestar informações falsas num encontro com mediação da Direção-Geral do Trabalho e assegurou ao Mindelinsite que este é um dos pontos que motivam a manifestação marcada para amanhã, dia 4, pelos trabalhadores da fábrica de tratamento de pescado. Sendo mais específico, o delegado do Siacsa na ilha de S. Vicente revela que a empresa alegou que o atraso no pagamento de dois meses de salário do pessoal abrangido pelo lay-off tinha a ver com uma dívida da fábrica Frescomar, mas, após investigação, puderam constatar que a situação é, na realidade, inversa.
“No encontro na DGT chegamos a confrontar os representantes da Atunlo com o facto de a empresa ter prestado serviço à fábrica Frescomar, e recebido 3.000 contos, e mesmo assim negar pagar o salário e o INPS do pessoal mantido em casa. Negaram a veracidade dessa informação e disseram que a Frescomar é que deve 55 mil euros à Atunlo, por isso não puderam pagar os vencimentos”, conta Ganeto. Segundo este dirigente sindical, fizeram logo de seguida uma abordagem à fábrica Frescomar e ficaram a saber que, na verdade, é a Atunlo que tem dívidas por liquidar com a Frescomar. Esta informação, prossegue a citada fonte, foi depois confirmada.
Para Heidy Ganeto, este comportamento acabou por minar totalmente a já pouca confiança entre os trabalhadores e a empresa. Revela, entretanto, que a fábrica decidiu fazer um pagamento ao INPS, que permite manter os direitos dos funcionários à previdência social até 31 de dezembro. Quanto aos vencimentos, atribuídos no âmbito do lay-off, falta cumprir os meses de setembro e outubro.
Na referida reunião mediada pela Direção-Geral do Trabalho, conforme o sindicalista, a Atunlo voltou a pedir a prorrogação do lay-off para até 30 de novembro. Em resposta a esta solicitação, o representante do Siacsa deixou claro que, da sua parte, não havia mais espaço para a continuidade do lay-off e que a empresa deveria começar a assumir o salário dos trabalhadores a 100 por cento. Salientou, por outro lado, que há trabalhadores representados por um outro sindicato e que boa parte dos 200 funcionários sequer está sindicalizada.
Em nota, o Siacsa justifica a realização do protesto amanhã com o atraso no pagamento dos salários, a falta de seriedade da Atunlo na prestação de informações verídicas sobre a situação da empresa… Além disso, o sindicato apela às instituições ligadas aos sectores do mar e do trabalho para darem mais atenção aos funcionários da fábrica, que, sublinha, estão a passar por enormes dificuldades e não têm uma perspectiva de regresso ao trabalho.
Os trabalhadores vão iniciar a manifestação com uma concertação em frente a fábrica Atunlo, no cais internacional do Porto Grande, depois irão fazer paragens simbólicas junto ao Ministério do Mar e da delegação da Direção-Geral do Trabalho.