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Da série “A minha terra tem heroínas anónimas”

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Diaza na munde”, criei uma equipa de andebol, e treinávamos todos os dias no polivalente da Ribeira Bote. Divertia-me imenso e via as jovens da minha zona ocupando o tempo com exercício físico, “mim jame larga fma, Djuica”…

Por: João Henrique Delgado Cruz

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Yuca e Zizi chegaram a internacionais, mas CÉU era a mais forte, com uma aptidão física extraordinária. A vida chamou-a para outros treinos. 

A Céu é daquelas mulheres  que não adoecem e nem se entristecem. Tem um manto protetor que dá aos filhos do seu ventre e aos desventrados da vida. Distribui o prémio de jogo de baloi com humor brejeiro, “um dia um ba dá um cafê pe compra cmida pe nhe fidje, um larope pegam na polpa, um ranca”.

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A grandeza de Céu não tem limites.

Contou-me, timidamente, que encontrou Folha e Robe d’Djula doentes e andrajosos andando pelas ruas do Mindelo, sem ninguém. Levou-os para sua casa, cuidou deles até a morte, “ês morre que dignidade, nhe emigue”.

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Sentir a amizade de CÉU, para mim, é uma dádiva.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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