Atraso no voo S. Vicente-Lisboa, ligado ao serviço de catering, visou garantir a segurança operacional, diz SNPAC
O atraso registado anteontem num voo internacional da TACV a partir de S. Vicente, ligado ao serviço de catering, teve como motivo garantir a segurança operacional da ligação aérea, conforme o Sindicato Nacional dos Pilotos da Aviação Civil. Em nota, o SNPAC explica que a tripulação da aeronave, ao tomar conhecimento que o serviço de catering a ser prestado a bordo não cumpria com as normas estabelecidas no regulamento e manuais em vigor, comunicou a situação à administração da TACV com a devida antecedência.
Deste modo, prossegue o comunicado – que foi motivado por uma informação divulgada pelo jornal Opaís sobre o incidente – a tripulação solicitou à gestão da transportadora aérea as “devidas correções”, visando garantir a segurança do voo. “Dado que na ilha de São Vicente, ainda que perante muitas reivindicações da classe, não dispõe de um serviço de catering que cumpra as normas do regulamento e os manuais de catering, a tripulação ficou aguardando o posicionamento da empresa para poder ter as condições mínimas para realizar o voo”, esclarece o sindicato. Acentua que a solicitação foi feita para evitar constrangimentos, com o único objetivo de garantir a segurança da viagem com destino ao aeroporto de Lisboa.
A melhoria do serviço de catering em consonância com as normas regulamentares, segundo o SNPAC, constitui uma das reivindicações dos pilotos e consta do caderno reivindicativo que norteia as negociações entre o sindicato e a TACV. Acrescenta que este facto é do conhecimento da Agência de Aviação Civil, da Direção-Geral do Trabalho e da Inspeção-Geral do Trabalho, mas ainda não foi resolvida pela transportadora.
Reforça, aliás, que se trata de um serviço de bordo devidamente regulamentado, que estabelece as condições e formas de introdução das refeições a bordo das aeronaves. Destaca que, de acordo com a legislação vigente, qualquer tripulação que negligenciar a comunicação de inconformidades que possam colocar em risco a segurança de voos está sujeita a contra-ordenações “severas” aplicadas pela Autoridade da Aviação Civil.
“Havendo evidências de que o serviço não cumpre com as directivas do regulamento, cabe à tripulação solicitar as correções necessárias para salvaguardar a segurança operacional”, reforça o sindicato, em cujo comunicado não confirma se a situação aconteceu por exigências do comandante, quanto tempo o voo foi atrasado e se a tripulação teve que esperar a chegada da comida de um avião vindo da Cidade da Praia para Mindelo, como relata a peça do jornal Opaís.