Por: António Santos
O primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva continua a lançar “poeira para os olhos dos cabo-verdianos”. Agora foi ao Parlamento anunciar a criação de um novo regime de preços com descontos de 40% em ligações de avião de e para três ilhas com mercado interno diminuto. Mas, como diz o povo: “Promessas leva-as o vento”.
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Ulisses Correia continua a ter intervenções desajustadas da realidade social e económica do país, mantendo um nível de agressividade e arrogância inaceitável, continuando a culpar, ao fim de oito anos no poder do MpD, o PAICV por todos os problemas que estão a surgir. Ulisses Correia governa para uma minoria já que “grande parte” das suas medidas beneficiam de forma desproporcional quem ganha mais.
Quanto mais se alastra pelo país a noção da degradação social e económica e se aproximam as eleições, mais este (des)governo se perfila numa azáfama de marketing e propaganda de sucessos que ninguém viu ou sente.
Alguns políticos, principalmente aqueles que têm mais ânsia de poder, estão neste momento de pré/pré-campanha eleitoral interessados em manipular o voto das pessoas para consolidar o poder, sem se importarem com o bem-estar da população.
Escondendo os enormes erros de gestão do Governo, há oito anos que o senhor Ulisses Correia tem apresentado improvisações de última hora, como sucessos alcançados pelo seu Executivo. Os piores itens, os mais lesivos para os cidadãos, da medíocre gestão do MpD residem precisamente nos sectores da saúde, dos transportes, conectividade e mobilidade.
Todavia, como desmistificou o líder parlamentar do maior partido da oposição (PAICV), João Batista Pereira: o Governo não foi capaz de construir um sistema de transportes integrado, competitivo e seguro para a unificação do mercado e a redução das assimetrias económicas entre as ilhas. O deputado do PAICV recordou que Ulisses Correia prometeu “uma frota moderna e segura e linhas regulares inter ilhas, mas isso continua a ser uma miragem”.
Por sua vez, o presidente da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), João Santos Luís, considera que a nação cabo-verdiana “não está bem” e aponta razões, entre as quais milhares de pessoas sem acesso a cuidados primários de saúde ou elevada dívida pública.
O deputado também notou que o país ainda enfrenta “grandes dificuldades” de ligação entre as ilhas, “grande incapacidade” no combate ao tráfico e consumo de droga e considerou que a classe empresarial tem “grandes dificuldades” no acesso ao financiamento.
A todas estas críticas, Ulisses Correia responde, com a enigmática expressão: “a nação cabo-verdiana está em transformação e confiante, com recuperação económica, crescimento, com mais emprego e menos pobreza extrema”.
O Primeiro-ministro, que continua a lançar culpas ao anterior Governo de José Maria Neves, continua a “gabar-se” dos investimentos nos mais variados setores do país, mas, vá lá, reconhece que ainda existem problemas que afetam a vida das pessoas, como o desemprego e a pobreza.