Três obras da falecida artista plástica Bela Duarte foram ontem incluídas no acervo do CNAD, fruto de uma doação feita ao centro de artesanato por Harriet Birkhahn, enfermeira sueca reformada. A tapeçaria e os quadros estavam na posse de Birkhahn, amiga íntima da artista cabo-verdiana, que, estando de partida para a Europa, recusou abandonar esses trabalhos. Deste modo, decidiu oferta-los ao CNAD para garantir a segurança e valorização dos mesmos e, ao mesmo tempo, homenagear aquela que foi uma das fundadoras do referido centro.
Com entusiasmo, Harriet Birkhahn partilhou a emoção de ver as criações da amiga expostas num catálogo que glorifica as “magnificas pinturas e tapeçarias executadas por Bela Duarte”, repletas de cores vivas, que retratam o mar e as peculiaridades do arquipélago. Birkhahn enfatiza que, quando encomendou essas obras, a própria artista não tinha ainda a consciência da beleza da sua arte.
Segundo Artur Marçal, director do CNAD, ambas as partes queriam que as pinturas ficassem em São Vicente e assegura que, enquanto instituição cultural, o centro visa salvaguardar o património artístico cabo-verdiano. No caso dos produtos artísticos doados, diz, não podia ser diferente: “tinham de ficar na linha da frente” para que sejam conservados e transmitidos a futuras gerações de artistas e entusiastas. Estas e outras obras de Bela Duarte estão expostas uma galeria com o nome da artista. O CNAD espera futuramente adquirir mais produções, nomeadamente dos conceituados artistas Manuel Figueira e Luísa Queirós, fundadores das artes plásticas em Cabo Verde.
Andrea Lopes (Estagiária)