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Problemática e reclamação sobre os exagerados custos no investimento em Festas e Festivais: O caso “Baía das Gatas”

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Por: Rendi Gonçalves

Em Cabo Verde, mesmo sendo um país pequeno e constituído por ilhas, há um forte investimento em festas e festivais em todos os municípios do país. O caso particular do Festival Baía das Gatas, sendo um dos maiores e mais caros do país, traz artistas de vários pontos do mundo, que são extremamente caros. Nota-se, entretanto, que o evento é quase autossustentável e, além disso, muitas pessoas se beneficiam dele.

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Sendo um festival com teor público, há um forte investimento feito pela Câmara Municipal de São Vicente, pelo Estado de Cabo Verde e com o apoio de diversos patrocinadores espalhados pelo país. A Câmara Municipal arrecada por si só para o festival alguns milhares de contos para o espectáculo, sendo as portagens concedidas a transportes particulares de mercadorias e pessoas para circulação e estadia na Baía, além do aluguer de barracas a particulares para construção de pontos de venda (bares e restaurantes), um valor agregado bastante expressivo que contribui para a promoção do evento.

Autocarros, juvitas e hiaces aproveitam a dinâmica do evento para o transporte de passageiros, onde durante esses dias milhares de pessoas se deslocam à famosa praia. Normalmente, cobram entre 150 a 200 escudos por pessoa transportada, trazendo uma fonte de renda para vários condutores da ilha.

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Bares, restaurantes e, principalmente, as vendedeiras aproveitam o enorme fluxo de pessoas e se posicionam tanto no centro da Baía das Gatas quanto em outros pontos estratégicos, como todo o trajeto da Pedra Rolada até a rotunda da Ribeira Bote e todo o largo da Ribeira Bote, o lugar onde as pessoas pegam o transporte para a Baía. Do mesmo modo, isso também beneficia milhares de pessoas, principalmente as denominadas “vendedeiras d’baloi”, que daí levam o seu sustento para casa.

O Festival Baía das Gatas representa um grande investimento para a Câmara Municipal de São Vicente e o Estado, mas os benefícios económicos e sociais para a comunidade local parecem justificar os custos envolvidos. A dinâmica gerada pelo evento cria oportunidades de renda para diversas categorias, desde os transportadores até os vendedores locais. Este ciclo de autossustentabilidade e benefício comunitário destaca a importância dos festivais como impulsionadores económicos e culturais, mesmo em um país com recursos limitados como Cabo Verde.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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