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Substituição da PCA da TACV e criação de nova companhia aérea não vão resolver insegurança dos voos, segundo a UCID

A falta de conectividade regular dos voos domésticos não será solucionada com a substituição da PCA da TACV Sara Pires pelo economista Pedro Barros e tão pouco com a anunciada criação de uma nova empresa de transportes aéreos pelo Governo, na perspectiva da UCID. Hoje, em conferência de imprensa, João Santos Luís criticou o cancelamento dos voos de ontem pela companhia de bandeira e salientou que, no entendimento da UCID, o Governo está a fazer manobras com o anúncio de uma nova empresa e substituição do Conselho de Administração da TACV, em vez de estar a tomar medidas sérias, capazes de normalizar as ligações internas.

“O Governo diz que vai criar uma nova empresa, mas sem necessidade. Isto é manobra porque já existe a TICV, pelo que o melhor seria aproveitar esta empresa e os seus recursos humanos e investir em aviões adequados para a nossa realidade arquipelágica”, considera o líder dos democratas-cristãos, para quem o país dispõe de recursos financeiros e o apoio de parceiros internacionais para resolver a insegurança nos serviços aéreo e marítimo. A seu ver, isto ainda não aconteceu pelo simples facto de o Governo de Ulisses Correia e Silva ter dificuldades em definir prioridades.

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Santos Luís especifica que o Orçamento Geral do Estado para 2024 atinge os 87 milhões de contos, pelo que, diz, há recursos. Na sua ótica, passados oito anos, os Executivos liderados por Ulisses C. e Silva não conseguiram solucionar as conexões entre as ilhas por mera falta de capacidade. “Que o próprio Ulisses Correia e Silva tire as ilações das minhas palavras. Num país sério, este Governo já não estaria em exercício há muito tempo”, respondeu o presidente da UCID quando pedido para esclarecer o sentido da sua explanação.

Acrescenta Santos Luís que, além de Ulisses Correia e Silva, enquanto chefe máximo do Governo, o próprio ministro dos Transportes já não estaria em funções se houvesse seriedade no tratamento das coisas no país. Pois, na sua análise, se o Governo trabalhasse com planos bianuais desde 2016, hoje os problemas dos transportes seriam meras lembranças.

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Segundo a UCID, o cenário dos transportes aéreos inter-ilhas continua a causar a cada dia que passa imensos transtornos aos cabo-verdianos que precisam viajar de uma ilha para outra. “A situação por si só é constrangedora em épocas normais, mas, no período de verão, o caos aumenta, sendo certo que o Governo tem conhecimento da situação que vem prejudicando os passageiros”, salientou esta manhã o presidente da UCID, que chamou a imprensa para criticar mais um cancelamento de voos internos pela TACV e, de novo, sem informar os clientes, o que, diz, motivou revolta e indignação dos passageiros.

Perante mais este caso, a UCID considera que o actual governo já não tem condições para solucionar a problemática dos transportes inter-ilhas no país. De várias análises feitas, diz, fica evidente o “descaso e incapacidade” do Palácio da Várzea em solucionar os problemas cruciais do país, nomeadamente a conetividade. Situação que acaba por contribuir de forma negativa para a degradação do mercado interno e para travar a circulação de pessoas entre as ilhas, conforme o partido.

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“As falhas têm-se repetido várias vezes e o cenário de ontem é a mais recente crise de transportes crónica no arquipélago”, afirma Santos Luís, que considera inadmissível os clientes terem conhecimento dos cancelamentos quando chegam aos aeroportos. Para ele, esse comportamento demonstra o quanto os clientes da TACV são desrespeitados e ignorados pela empresa. Esta postura, diz, ocorre com regularidade, quando os voos é que deviam acontecer com regularidade e pontualidade.

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Kimze Brito

Jornalista com 30 anos de carreira profissional, fez a sua formação básica na Agência Cabopress (antecessora da Inforpress) e começou efectivamente a trabalhar em Jornalismo no quinzenário Notícias. Foi assessor de imprensa da ex-CTT e da Enapor, integrou a redação do semanário A Semana e concluiu o Curso Superior de Jornalismo na UniCV. Sócio fundador do Mindel Insite, desempenha o cargo de director deste jornal digital desde o seu lançamento. Membro da Associação dos Fotógrafos Cabo-verdianos, leciona cursos de iniciação à fotografia digital e foi professor na UniCV em Laboratório de Fotografia e Fotojornalismo.

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