Mindelo vai ser palco da 1ª edição do “África Mesté D’ Bô – Encontro Internacional de Capoeira”, evento que conta com participação de mestres de Cabo Verde, Brasil, França, Espanha, Itália, Portugal, Moçambique e São Tomé e Principe. No total, são esperados a participação de uma centena de capoeiristas, incluindo os nacionais, provenientes das ilhas de São Vicente, Sal e Santiago.
O encontro terá lugar nos dias 13 a 16 de junho, essencialmente na Academia de Capoeira, localizadaq no Clube Náutico do Mindelo, mas também está previsto uma roda de conversa sobre a africanizada no Centro Cultural do Mindelo. Do programa constam ainda uma exposição de fotografia de Mário Soares, momentos de partilha e trocas de graduação, passeio cultural pela cidade, rodas nas escolas e nas comunidades da Ribeira Bote e São Pedro, mergulho com tartarugas, etc.
“Vamos ter como oradores da nossa roda de conversa sobre a Africanidade o director do CCM, António Tavares, e do professor Gamal Mascarenhas, que virá da Praia. Já o encerramento do encontro vai ser no Centro Nacional de Artesanato e Design (CNAD)”, explica o promotor deste evento, Djé Lima, ressaltando que o propósito deste encontro internacional é celebrar a capoeira e fazer a reconexão com a Mãe-África, por isso o nome escolhido para este encontro internacional
África Mesté D’Bô (África precisa de ti), reforça, representa um chamado para capoeiristas de todo o mundo retornarem às origens da capoeira e compartilharem suas experiências transculturais. “Esta iniciativa não é apenas um encontro de mestres e capoeiristas, mas uma jornada em que a Capoeira se entrelaça com a história, a cultura e a busca por um futuro mais sustentável.”
Após a “febre” inicial da capoeira em Cabo Verde, Djé Lima reconhece que atualmente houve uma estagnação, um fenômeno que este capoeirista considera natural e que ocorre um pouco por todo mundo. “Sempre que há alguma novidade, muitas pessoas se associaram por modismo. Atualmente naturalizou e quem pratica são pessoas que realmente se identificam com a capoeira.”
No caso de São Vicente, o promotor garante que há muitos praticantes, pessoas dos 3 aos 70 anos. “Estamos satisfeitos com o número de praticantes e o nível da capoeira na ilha”, sublinha este que foi o primeiro professor de capoeira formado em Cabo Verde pelo Mestre Xexéu, para quem a realização deste encontro internacional é a realização de um sonho de infância de capoeiristas afiliados da Associação de Capoeira Liberdade e Expressão em São Vicente.
O evento, refere, advém de um histórico de outros eventos internacionais de capoeira já acolhidos em Cabo Verde com o diferencial de este ter uma ambição maior de garantir uma visibilidade tanto nacional e internacional através de uma campanha de marketing, conseguida tanto pela estratégia de divulgação do evento seis meses antes da sua realização, como pela transversalidade das temáticas que abrangem a capoeira como património imaterial da humanidade.