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Operação policial “invade” zona do Campim à noite à procura de alegados narcotraficantes  

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As polícias Judiciária, Nacional e Militar invadiram na noite de ontem o bairro do Campim em São Vicente, no âmbito do combate ao tráfico e consumo de droga. A operação, conforme fontes do Mindelinsite, visava capturar alegados traficantes. No decurso, houve disparos e detenções. Informações recolhidas por este jornal apontam para a detenção de 6 a 10 pessoas.

Tratou-se de uma operação conjunta, que terá arrancado depois das 22 horas e prolongado até por volta das 5 horas da manhã deste sábado. Toda as entradas e saídas da zona foram cercadas por forma a evitar qualquer fuga. “Houve disparos por parte da polícia e as pessoas reagiram apedrejando as autoridades. Foram detidos entre seis a dez indivíduos”, garantiu uma fonte bem posicionada. 

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A mesma fonte nega que tenha havido qualquer ferido vítima de tiroteio, contrariando as informações vindas a público. Mas deixa claro que a operação não visava apenas o tráfico. “Foram apreendidas drogas, mas também dinheiro, objectos roubados, veículos, de entre outros”, detalha. 

Questionado se as autoridades não deixaram a situação se alastrar, com a abertura de várias “quebradas” por toda a ilha antes de agirem, esta nossa fonte explica que estas operações demandam um tempo de investigação. “E todo o cuidado é pouco nestes casos”, diz.

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Opinião diferente tem um advogado contactado por familiares de um dos detidos, para quem neste momento a situação é complexa. “Fui abordado nas primeiras horas da manhã por uma pessoa, que afirma que invadiram a residência da sua família na zona do Campim. Alegadamente estavam atrás da sua irmã, cujo filho é afilhado de um dos detidos. É complicado. Vou agora acompanhar a apresentação na Judiciária.”

Para este jurista, em uma operação desta dimensão, as autoridades competentes deveriam fazer uma ação mais abrangente. “Teriam de atuar, em simultâneo, em vários lugares onde sabem que são centros de drogas. E não apenas no Campim, para que os resultados fossem mais robustos. Mindelo é uma cidade pequena e todos sabem onde ficam as bocas de fumo, que são frequentadas inclusive por pessoas com tentáculos na política” denuncia. 

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Instado a precisar o que pretende dizer com esta afirmação, este admite que a droga tem estado a financiar as campanhas eleitorais em São Vicente, pelo que pela a população e as autoridades a estarem mais atentas porque muitas famílias estão a ser destruídas pelo narcotráfico e a prostituição. Defende, por isso, a criação, com urgência, de um hospital psiquiátrico na ilha.

As polícias judiciárias e nacional ainda não se pronunciaram sobre esta operação.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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