O ambiente laboral no Mansa Marina Hotel, estabelecimento turístico situado na Cidade do Mindelo, está longe da situação descrita pelo Siacsa, conforme declarações da directora do empreendimento. Diferente do descrito pelo coordenador do sindicato, o hotel, segundo Marinela Reis, não tem registo de casos de perseguição aos funcionários, mormente por decidirem estar num sindicato.
“Recebi esta denúncia com espanto quando temos uma comunicação aberta com o Siacsa, tanto assim que chegamos a disponibilizar o nosso espaço para o sindicato fazer sessões de esclarecimentos com os trabalhadores. Estou na direção da empresa há quase um ano e, neste período, já efectuamos três encontros com o sindicato”, contrapõe Marinela Reis. Esta gestora deixa claro que não vê motivos para a empresa perseguir alguém só por estar sindicalizado, enfatizando que qualquer pessoa é livre de ir para onde quiser.
Marinela Reis afirma de forma categórica que o ambiente laboral é normal no hotel, infraestrutura hoteleira que aumentou o seu staff de 18 para 63 funcionários desde que foi adquirida. Realça que, se fosse diferente, certamente que teriam alguma queixa registada na Direção-Geral do Trabalho, nomeadamente da parte do pessoal despedido recentemente, o que, segundo a gestora, não acontece.
“O pessoal foi dispensado no âmbito do término do contrato porque eram funcionários que não estavam a corresponder as exigências da qualidade do serviço que o próprio turista impõe”, informa Marinela Reis. A directora do hotel garante que todas as pessoas despedidas receberam aquilo a que tinham direito, por isso não houve nenhuma reclamação no processo.
Sobre a situação no INPS, a citada gestorea admite que os trabalhadores estão há mais de um ano sem previdência, situação que diz ter herdado. Assegura, entretanto, que o processo está em negociação e que o pessoal afecto ao hotel já tem os direitos activos. “Houve um incumprimento da empresa, mas estamos em negociação com o INPS. Realizamos um adiantamento solicitado pela Previdencia Social e esta semana vamos assinar um acordo”, informa Marinela Reis. Segundo a mesma, apesar desse quadro, a empresa tem vindo a garantir todos os direitos aos funcionários quanto a obtenção de medicamentos, lentes, etc. Falta agora regularizar a situação de aposentadoria, que, diz esta fonte, ficará contemplada no acordo.
Outro ponto esclarecido pela directora tem a ver com a atribuição do subsídio de turno que, conforme o Siacsa, não tem respeitado o estabelecido no Código Laboral. Em resposta, Marinela Reis esclarece que o trabalhador é informado no momento da contratação do salário e do valor do subsídio de turno e perguntado se aceita os termos. Logo, para ela, não faz sentido o sindicato vir acusar a empresa de impor um montante sem ouvir os funcionários ou os seus representantes.
Marinela Reis esclarece, no entanto, que falta resolver o pagamento das horas extras e feriados, que foi congelado. Esta situação, diz, está na agenda e será regularizada após o estabelecimento do acordo com o INPS e a resolução de outros constrangimentos.
Em suma, Marinela Reis diz ter visto a denúncia do Siacsa como mero “barulho e distração”. Assegura, mesmo assim, que o hotel vai continuar com as portas abertas ao sindicato porque, para ela, a comunicação é sempre a melhor via para a resolução de conflitos.
