A equipa de robótica de Cabo Verde, composta por cinco alunos das escolas secundárias de São Vicente e os mentores, vai representar o arquipélago no 9º concurso First Global 2025, que este ano será realizado na Cidade do Panamá, de 29 de outubro a 1 de novembro. Pela primeira vez, a equipa nacional é constituída por 60% de meninas.
De acordo com o professor João Pinheiro, um dos mentores da equipa nacional, este evento de robótica no estilo das “Olimpíadas” vai reunir estudantes do ensino médio de mais de 190 países para participar de um desafio de robótica e inovação centrado no tema Eco Equilibrium. “Excepto nos dois anos de pandemia da Covid-19, em que a competição foi feita em formato online, Cabo Verde esteve presente em todas as edições. Estivemos em Washington (2017), México (2018), Dubai (2019), Suíça (2022), Singapura (2023), Grécia (2024) e agora em 2025 no Panamá,” especifica.
Em todas as participações, frisa, a organização financia a presença de uma equipa de Cabo Verde, composta por sete pessoas. Este ano, pela primeira vez, fazem parte da delegação nacional três meninas e dois rapazes, e ainda os dois mentores. “Este concurso representa uma experiência incrível para os alunos, que convivem com outros colegas de vários países. Inicialmente eram 130, mas a competição tem vindo a crescer e este ano terá equipas provenientes de mais de 190 países, segundo as previsões.”
João Pinheiro realça que Cabo Verde não possui grandes recursos, pelo que é a própria organização que consegue os financiadores que suportam a sua deslocação, estadia e alimentação nos países onde o concurso é realizado. “Acredito que isso se deve ao bom desempenho que a nossa equipa tem tido em todas as suas participações. Por isso, todos os anos somos convidados”, pontua, indicando que a equipa é constituída por alunos dos 14 aos 18 anos, ou seja, do 9º ao 12º ano de escolaridade.
“Antes, os alunos eram selecionados através dos laboratórios tecnológicos WebLab, que existiam na ilha. Os monitores escolhiam os mais interessados nas TICs: robótica, instrumentação e medidas, programação web, entre outros. Infelizmente, o projeto foi descontinuado. Este ano, realizamos um concurso no Google, através de um formulário. Muitos alunos de todas as escolas secundárias de S. Vicente participaram e recrutamos alguns deles. Foram recrutados alunos do Liceu Ludgero Lima, Escola Técnica e E.S Jorge Barbosa, após entrevistas individuais, feitas em uma sala da UTA”, detalha.
João Pinheiro lamenta, entretanto, a falta de apoio das empresas nacionais que, afirma, pontualmente ajudam a equipa com algumas despesas, designadamente com o custo dos vistos, para que esta possa entrar no Panamá, e refeições durante as viagens, sobretudo nos aeroportos de escala antes da chegada ao destino final. Já o seguro de viagem é suportado pelos país e encarregados de educação.
Refira-se que, a partir do tema equilíbrio ecológico, as equipas globais são desafiadas a usar a sua criatividade e habilidades de pensamento crítico para projetar e construir um robô a partir de um kit padrão de peças. “Os alunos aprenderão a ciência da biodiversidade ao manobrarem seu robô em um mundo simulado que enfatiza a importância de maximizar a biodiversidade nos ecossistemas para promover um planeta saudável. Além disso, participarão do Eco Equilibrium New Technology Experience, uma iniciativa baseada em projetos, em que implementarão soluções inovadoras usando tecnologias emergentes para explorar, entender e preservar a biodiversidade em seu país”, lê-se no site First Global.
O 2025 FIRST Global Challenge tem como principal patrocinador o Lam Research, e outros parceiros globais que compartilham a visão de capacitar os jovens a se tornarem líderes nas áreas STEM. Segue video promocional do certame no Panamá.