Os vigilantes de São Vicente vão fazer uma manifestação no dia 03 de Janeiro de 2020, seguida de uma greve de três dias, anunciou o presidente do Sindicato de Indústria, Alimentação, Construção Civil, Agricultura, Florestas, Serviços Marítimos e Portuários (SIACSA). Gilberto Lima justifica com a demora do Governo em mandar publicar o Preço Indicativo de Referência (PIR) como se acordou, para que a nova tabela salarial possa entrar em vigor em Janeiro de 2020” . E a ideia é promover greves sistemáticas até que isso aconteça.
Lima falava ao Mindelinsite na sequência de uma conferência de imprensa proferida na cidade da Praia ontem, segunda-feira. O sindicalista apontou ainda como motivos para estas acções a degradação do poder de compra dessa classe profissional ao longo dos anos e a cultura do medo instalado. “A calamidade laboral dos vigilantes das empresas de segurança privada vem desde 2004 a esta parte e até hoje o Governo não mandou publicar o Preço Indicativo de Referência (PIR) como se acordou, para que a nova tabela salarial possa entrar em vigor em Janeiro de 2020”, disse Gilberto Lima, lembrando que o PIR tinha um prazo de 15 dias a partir de 11 de Novembro para publicação.
O presidente do SIACSA elencou ainda outras situações que, na sua óptica, contribuíram para que a situação laboral no país seja má, caso por exemplo os despedimentos forçados e abusivos um pouco por todo o país, mas com maior acutilância em São Vicente e do Sal; o não cumprimento dos acordos e das leis, designadamente a equiparação salarial dos bombeiros municipais e o seu enquadramento.
Lima denunciou ainda a morosidade dos tribunais sobre os processos de trabalho, lembrando os funcionários da Câmara de São Lourenço dos Órgãos, cujo processo se encontra no Supremo Tribunal de Justiça “há mais de dois anos”. “Estamos mal e é preciso mudar esse estado de coisas. Não poderemos estar constantemente a ver as manifestações dos trabalhadores, sem solucionar os problemas. É preciso acelerar os processos e evitar manifestações e greves.”
Perante este quadro laboral, o líder do SIACSA diz augurar que em 2020 haja mais justiça, mais emprego, menos situação de abuso, menos despedimento, menos medo, melhor salário e melhores condições de vida e de salário. “O ano de 2019 está a terminar da mesma forma que começou, como acontecer em 2018, ou seja, em situação de protesto”, finaliza Gilberto Lima.
Constânça de Pina