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Testemunhas de Jeová assinalam o Dia Internacional em Memória do Holocausto evocando os milhares de cristãos vítimas do Nazismo

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Os Testemunhos de Jeová em Cabo Verde lembram o Dia Internacional em Memória do Holocausto, que se assinala esta quinta-feira, 27, evocando os milhares de cristãos entre os milhões de vítimas do Nazismo. Em uma nota enviada à imprensa, estes referem que se trata de uma data simbólica para homenagear as vítimas, em particular os milhares de testemunhas de Jeová, rotulados pelo regime Nazi como “inimigos do Estado”.

O terror assassino Nazi atingiu milhões de pessoas por razões biológicas, nacionais ou políticas. Mas poucas pessoas sabem que entre as vítimas do Nazismo estavam milhares de Testemunhas de Jeová, que sofreram por causa da sua fé cristã”, lê-se no comunicado, que cita o professor universitário Roberto Gerwarth, que afirmou que esses “Estudantes da Bíblia” foram o único grupo do Terceiro Reich a ser perseguido apenas com base nas suas crenças religiosas por causa da recusa pública em aceitar pequenos elementos do Nazismo que não se enquadrava na sua fé.

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“Por motivos religiosos, as Testemunhas de Jeová, que eram politicamente neutras, recusaram-se a fazer a saudação “Heil Hitler”, a participar em actos racistas e violentos ou a juntar-se ao exército alemão”, detalhe o documento, para acrescentar logo de seguida que, além disso os Testemunhas de Jeová “identificaram publicamente a perversidade do regime nas suas publicações, incluindo o que estava a acontecer aos judeus”, declarou King.

Por causa disso, estavam entre as primeiras pessoas a ser enviadas para campos de concentração e a usar um símbolo específico nos uniformes – o triangulo roxo. Refere, a título de exemplo, que mais de um terço das cerca de 35 mil Testemunhas de Jeová na Europa ocupada pelos nazis, sofreu perseguição direta. A maioria foi presa e encarcerada. Centenas das suas crianças foram levadas para casas ou reformatórios nazis. Cerca de 4200 Testemunhas de Jeová foram para campos de concentração nazis, detalha.  

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Citando o historiador Detlef Garbe, afirma que a intenção declarada dos governantes Nazis era eliminar os Estudantes da Bíblia da história alemã. “Estima-se que morreram 1600 Testemunhas de Jeová, 370 por execução.6 Os Nazis queriam que as Testemunhas de Jeová violassem as suas convicções religiosas, oferecendo-lhes liberdade em troca de um juramento de obediência”,indica, exemplificando com declaração de Erklärung (emitida a partir de 1938), que exigia que renunciassem à sua fé, denunciassem outras Testemunhas de Jeová à polícia, se sujeitassem totalmente ao regime Nazi e defendessem a “Pátria” com uma arma na mão.

De acordo com a nota, os funcionários das prisões e dos campos de concentração, diz, usavam a tortura e a privação para obrigarem as Testemunhas de Jeová a assinar o referido juramento. Mesmo assim, apenas um número extremamente reduzido de Testemunhas de Jeová renunciou à sua fé. Para estes cristãos, o fracasso da coerção Nazi no caso das Testemunhas de Jeová contrasta-se com a sujeição generalizada da sociedade aos objetivos nazis antes e durante o Holocausto. Termina dizendo que a resistência não violenta das pessoas comuns ao racismo, nacionalismo extremo e violência, merece uma reflexão ponderada no Dia Internacional em Memória do Holocausto.

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Este ano o tema que norteia a memória e a educação do Holocausto é “Memória, Dignidade e Justiça”, sendo que o aniversário da libertação de Austchwitz coincide com o Dia Internacional em Memória do Holocausto.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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