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Sindprof acusa ME má-fé e de usar artifícios para tentar enfraquecer a luta dos professores

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O Sindicato Democrático dos Professores (Sindprof) nega categoricamente ter recusado a negociar com o Ministério da Educação as reivindicações da classe docente. Esta posição está explicita em uma nota de esclarecimento assinada pela presidente do sindicato, Lígia Herbert, que  acusa a tutela de flagrante má-fé e de usar artifícios para desinformar a população e enfraquecer a luta pelos direitos dos professores.

O Sindprof afirma que, a resposta recebida do ME na altura em que este alegava que os processos das reivindicações da classe docente têm sido articulados em conjuntos com todos os sindicatos, pelo que entendia que seria de todo o interesse um encontro colectivo.Na sequência, no dia 18 de dezembro o sindicato entregou um pré-aviso de greve à Direção Geral do Trabalho e foi convocado, dia 21, para um encontro de consenso com a entidade empregadora. 

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“Estiveram presentes, além dos representantes do Sindprof, a DGT e altos dirigentes do próprio Ministério da Educação, entre os quais o DGPG, a Diretora dos Recursos Humanos-DRH e o Director do Serviço de Estudo Planeamento e  – SEPC”, detalha, realçando, a meio da negociação, recebeu um email da diretora do gabinete do ME, a solicitar o agendamento de um encontro que poderia ser coletivo e individual, mediante interesse e disponibilidade.

De acordo com a presidente deste sindicato, o ME sabia que, naquele horário ela estaria a atender à convocatória da DGT, e sugeriu o agendamento de um encontro para um outro momento. Apesar disso, afirma, Amadeu Cruz decidiu reunir com os representantes de um dos sindicatos. “Ao tomar conhecimento do encontro paralelo, o Sindprof enviou ao ME um email, mostrando a sua abertura em se encontrar com a tutela, conjuntamente, como tinha sido aventado anteriormente, uma vez que a luta é comum e a frente é única.”

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Foi,  entretanto, surpreendida com uma entrevista do ministro, que informou que o Governo iria ter como base a atualização salarial no valor de 85 mil escudos, proposta pelo Sindep. E, mais ainda, quando veio novamente a público para explicar que a proposta já não seria de 85 mil escudos, mas sim de 89 mil, de forma faseada, resultado de uma negociação feita com outro sindicato. 

Como é que a tutela pode ter um valor fixo se ainda não tinha negociado com o Sindprof”, interroga este sindicato, clarificando que, devido a dificuldades de acerto de agenda, recebeu no dia 3 de janeiro outro email do ME a solicitar um encontro, novamente com todos os sindicatos, no dia 10 do corrente. “Com dois numerários já apresentados e com o que já tinha sido entregue no caderno reivindicativo, o Sindprof solicitou esclarecimentos sobre os valores avançados, uma vez que este caderno espelhava a vontade de classe”, acrescenta.

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Defende que teria sido de bom tom que o ME aguardasse este encontro antes de fazer um pronunciamento pouco claro e repleto de contornos destrutivos. Reforça, por outro lado, através desta cronologia que, em momento algum o Sindprof se negou a negociar com a tutela. “Fica igualmente claro que houve e há uma flagrante má-fé por parte do ministério, que está a fazer uso de artifícios para tentar desinformar a população e enfraquecer a luta pelos direitos dos professores levada a cabo pelo Sindprof”, acusa Ligia Herbert. 

Apesar deste desabafo, a dirigente sindical garante que continuam abertos para qualquer encontro, augurando que as negociações chegam ao bom porto. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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