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Siacsa chama atenção para “incumprimentos” e diz que bombeiros de S. Vicente não têm motivos para festejar

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O Siacsa convocou a imprensa esta sexta-feira, 8 de setembro, dia em que os Bombeiros de São Vicente comemoram o seu 62º aniversário, para chamar a atenção da Câmara Municipal, que acusa de incumprimento dos compromissos assumidos. Segundo Heidi Ganeto, representante do sindicato em S. Vicente, os soldados da paz, sobretudo os que estão em casa a aguardar reforma, não têm motivos para celebrar porque o processo tarda em ser concluído e tiveram agora todos os subsídios suspensos.

De acordo com este dirigente sindical, caminha-se para o término deste ano e, da parte da CMSV, não há nenhuma comunicação quanto ao memorando de entendimento assinado no início de 2023 e que visava resolver a questão das promoções de todo o pessoal afeto aos bombeiros. “Temos seis bombeiros em casa a aguardar a reforma – atingiram a idade de reforma depois de cerca de 40 anos de trabalho, não usufruindo de um dia de folga sequer, feriados trabalhados e não pagos, bem como das  promoções a que têm direito e que não lhes foram atribuídos – estão a ser lesados”, afirma. 

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O processo de reforma destes bombeiros, reforça Heidi Ganeto, deu entrada desde 2020 e até agora não têm nenhuma resposta. E a situação, “que já era difícil”, ficou ainda mais complicada porque os subsídios que usufruíam lhes foi retirado. “Em março último foi-lhes suspenso o subsídio noturno e o subsidio de risco. Do nada, estes bombeiros que foram colocados em casa durante a pandemia da Covid-19 por serem de risco por causa da idade, perderam 18 mil escudos cada. O Siacsa entende que os subsídios deveriam ser mantidos até a conclusão do processo de reforma”, defende. 

A posição do Siacsa consta de uma proposta que deu entrada na CMSV em abril de 2023, mas até agora não mereceu resposta. “Do nosso ponto de vista, se a CMSV mantivesse os subsídios era uma forma de conseguir algum equilíbrio por anos de perdas, nomeadamente folgas e feriados de trabalho. Infelizmente, não tivemos resposta”, pontua este sindicalista, que não descarta a possibilidade de, ainda este mês, os bombeiros realizarem uma nova manifestação à porta do Paços do Concelho. 

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Ganeto denuncia, igualmente, o número extremamente reduzido de efectivos, apenas sete, quando os estatutos referem que são precisos no mínimo 30. “Houve uma promessa de realização de um concurso de recrutamento de pelo menos 12 novos bombeiros, que está congelado. A CMSV tem recorrido a voluntários mas, como não têm um contrato assinado, não têm nenhuma obrigação de se apresentar ao serviço, até porque muitas vezes têm o seu trabalho. Por isso não concordamos com a entrada de voluntários. Eram 11 efectivos, um ausentou-se para tratamento, um outro está de licença sem vencimento e outros dois foram nomeados para o comando. Neste momento são apenas sete bombeiros para atender toda a população de São Vicente”.

Relativamente aos bombeiros que foram recrutados para o comando, refere este dirigente sindical, a situação criou algum mal-estar, tendo em conta que foram promovidos, enquanto os restantes continuam estagnados. “É por conta de todas estas situações que estamos a chamar a atenção da CMSV porque, até o mês de dezembro se nada for feito, vamos avançar com outras formas de luta”, diz, acrescentando a este rol de reivindicações a questão do parque automóvel que, afirma, está num “estado de tristeza”, com veículos prioritários e de extrema necessidade abandonados. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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