Seis indivíduos envolvidos nas cenas de abuso a militares cometidos por colegas no Quartel Justino Lopes na Praia e gravados em vídeo que circulam nas redes sociais estão detidos para averiguação, avançou em um exclusivo ao Mindelinsite o Comandante da 3ª Região Militar. Silvino Chantre nega ainda que qualquer graduado esteja envolvido, realçando que as Forças repudiam comportamentos do tipo no seio da instituição castrense pelo que, ao tomar conhecimento dos factos, abriu de imediato uma investigação.
Segundo Chantre, esses comportamentos são altamente condenáveis no seio das Forças Armadas, instituição que preserva valores da honra, virtude, camaradagem, solidariedade e disciplina. “Quando deparamos com as notícias, através das redes sociais, de imediato abrimos uma investigação onde detectamos os prevaricadores ou possíveis infratores. Porque repudiamos comportamentos do tipo de uma forma severa, obviamente que tínhamos de tomar medidas. Detemos seis pessoas para averiguações e, neste sentido, já foi aberto um processo disciplinar”, clarifica.
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Por enquanto, o Comandante da 3ª Região não avança nenhuma consequência para os seis indivíduos detidos. Garante, no entanto, que todas as medidas a serem tomadas terão como base o regulamento em vigor e a legislação que condena comportamentos do tipo nas FA. “As consequências não estão à vista. Vão ser de acordo com a investigação e as falhas cometidas por cada um dos indivíduos. Assim também a responsabilização vai ser feita em função da lei e do regulamento”, pontua, realçando que este foi um comportamento isolado.
“Pelo que pudemos perceber até agora, foi um comportamento entre soldados, em momento de lazer e na ausência de qualquer graduado ou chefe”, declara, rejeitando assim a tese de que militares graduados poderiam estar envolvidos nos abusos. “Verificamos que há pessoas que falam em chefes e graduados a praticar tais actos, mas o que constatamos é que aconteceu entre soldados com mesmo posto”, reforça o Cdante da 3ª Região.
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Segundo Chantre, as cenas de simulação e abuso sexual terão ocorrido no quartel Justino Lopes, mas não consegue precisar com certeza em que data. Este admite, no entanto, que já tinha ocorrido outros factos anteriormente referidos ontem no comunicado do Chefe de Estado Maior e que vieram à tona com os acontecimentos do “Justino Lopes”.
Os vídeos de abuso e maus-tratos a militares, refira-se, já motivaram uma reação do Presidente da República e do Chefe de Estado Maior das FA, com ambos a condenar os factos considerando-os de “muita gravidade”. Mais contundente, a Chefia das FA optou por uma terminologia mais forte, classificando as cenas como “desumanas e vergonhosas”.
