O jovem Anacleto Ramos, mais conhecido por “Cleto”, principal suspeito de assassinar à pedrada o irmão Paulino Ramos Monteiro, 29 anos, na segunda-feira, 28 de abril, entregou-se hoje à Polícia Nacional, após negar categoricamente, por dois dias consecutivos, a autoria do crime. A detenção do suspeito foi confirmada ao Mindelinsite pelo Chefe da Esquadra da Ribeira Grande, Adalberto Rodrigues.
Em declarações a este diário digital, Dy Ramos, relatou que o brutal assassinato do seu primo ocorreu na zona de Fajã d’Barreira, uma pequena comunidade da localidade de Chã d’Pedras. “A vítima estava sempre com um grupo de amigos, que incluía o irmão Cleto. Eram um grupo de paródia, mas tinham um histórico de desavenças entre si, até porque todos bebiam muito”, explica.
Na segunda-feira, diz, Cleto estava em uma casa onde dormiam, quando Paulino, a vítima mortal, chegou, vindo da zona de Aguada de Baixo. Este abriu a porta, mas, antes que pudesse entrar na pequena residência, foi empurrado pelo irmão Cleto, e foi parar na rua, após cair de um muro. Na sequência, prossegue a nossa fonte, Cleto apanhou uma pedra e esmagou a cabeça do seu próprio irmão.
“O mais estranho é que o Cleto estava sóbrio. Bateu-lhe e foi junto com outro amigo para uma outra casa. O meu primo foi encontrado por um rapazinho, que deu o alerta. De imediato, este apareceu junto com o amigo, mas negaram ter ouvido qualquer barulho porque ambos estavam com escutas nos ouvidos”, declarou Dy Ramos, que disse estranhar o comportamento frio do suposto autor do assassinato.
“Acionamos a Polícia Nacional de imediato. Como a zona não tem estrada, o meu primo Cleto ajudou a transportar o corpo de Paulino numa maca. Ele comportava-se como se não passasse nada. Inclusive na terça-feira levantou-se para trabalhar, mas antes fez questão de cobrir o sangue com terra.”
Após o assassinato, sublinha Dy Ramos, cinco indivíduos, incluindo Cleto, foram sinalizados pela PN como suspeitos e levados para a esquadra da Ribeira Grande. Foram ouvidos e depois colocados em liberdade. No entanto, quando chegaram em Fajã d’Barreira, um dos amigos procurou o seu pai e confessou que testemunhou o crime, que tinha sido cometido por Cleto.
“Meu pai voltou a chamar a PN e Cleto foi novamente levado para a esquadra. Lá ele voltou a negar a autoria do crime, mas o denunciante confirmou que testemunhou o crime. Hoje de manhã, o Cleto finalmente confessou e se entregou à PN, que foi acionada para efetuar a detenção”, revelou. Dy Ramos garante que esta morte abalou a comunidade, que não está acostumada a este tipo de ocorrência. “Os moradores estão em choque.”
O Chefe da Esquadra da PN na Ribeira Grande confirma a detenção de Cleto, neste momento o principal suspeito do assassinato de Paulino. “Está detido na esquadra, enquanto preparamos o processo para remeter ao Ministério Público. Neste momento ele está tranquilo. É uma pessoa que alegadamente cometeu um crime e que não pode fazer mais nada”, disse Adalberto Rodrigues, quando questionado sobre o estado de espírito do detido.
Segundo Adalberto Rodrigues, o suspeito pertence a uma família que tem um histórico desavenças. Costuma beber e está sempre envolvido em escaramuças, que agora desembocaram em morte.
O corpo, conforme Dy Ramos, vai ser submetido a autópsia e só depois será liberado para o funeral.