A proprietária do empreendimento Pont d’ Agua, localizado no coração do Mindelo, nega ter sido abordada para ceder o espaço para receber evento ligado ao Carnaval. Vera Build mostra-se particularmente agastada com a “publicidade enganosa” que, afirma, ganhou proporções inimagináveis. A seu ver, tentou-se atacar a Câmara Municipal de São Vicente e o seu presidente, Augusto Neves, por seu intermédio. “Não tenho partido. O meu partido é a minha família. Preciso de todos porque sou empresária. Estou aqui para facturar e para rentabilizar o meu espaço. Mas não fui abordada. Zero.”.
Ao Mindelinsite, Vera Pinto revela que estava em Santo Antão para celebrar o seu aniversário com a família, numa zona sem rede, por isso não sabia o que se passava. No caminho de regresso para S. Vicente, foi alertado por um conhecido sobre as noticias, inclusive da ameaça de invasão ao Pont d’ Agua. “Fiquei espantada. Vi então a publicação do Rocca e de outras pessoas e fiquei atordoada porque não sabia o que se passava. Nunca fui abordada para se realizar algum evento de Carnaval no Ponto d’Agua”, afirma esta empresária, que admite ter cedido o espaço à CMSV, em duas outras ocasiões, para realizar actividades online.
“Cedi Pont d’ Agua para se fazer o Festival da Baia das Gatas online. O mesmo aconteceu por altura do fim-de-ano. Os artistas actuavam e saiam do espaço. Não houve concentração. Se tivesse sido abordada agora não teria problema nenhum em assumir. Mas teria de ser um evento sem publico e nunca com os números que vi as pessoas a propalar. Estamos a viver uma pandemia que todos queremos que acabe o mais rápido possível”, declara Vera Pinto, que considera um absurdo pensar ou fazer festas nesta altura com 200 ou mais pessoas. “Onde estamos. Acho que tudo isso é uma campanha contra a CMSV e seu presidente, que querem atingir por meu intermédio.”
Relativamente às festas de fim-de-ano online, a empresária explica que cedeu o Pont d’ Agua por uma valor simbólico, que foi canalizado para os mais carenciados. “Fiz cestas básicas que foram distribuídas para as pessoas mais carenciadas. E os artistas nunca permaneciam no espaço. Não entendo como pessoas estudadas podem fazer afirmações do género. Preferem usar apenas metade do cérebro e fazer afirmações desta envergadura, que visam denegrir o meu nome e o do Pont d’ Agua. E ainda incitam outras a invadir o meu espaço. Acho um absurdo, uma palhaçada”, desabafa.
Vera prossegue dizendo que, ao tomar conhecimento das informações que estavam a circular, abordou Josina Freitas, que esteve à frente das festas de fim-de-ano on Line, para saber da pretensão de se realizar o Carnaval Virtual no Pont d’ Agua. Esta confirmou ter sido abordada para uma reunião para se definir os moldes de se realizar um evento, mas não se mostrou interessada. Por isso não entende a origem de informações tão detalhadas postas a circular e o propósito. “Penso que estão a pagar as pessoas para fazer isso. Só pode. Agora, neste momento, mesmo que tivesse a pretensão de fazer algo, tenho toda a legitimidade de negar”, acrescenta.
Vera diz acreditar que houvesse alguma intenção de fazer algo para não deixar a data passar em branco, como explicou o presidente do grupo Monte Sossego, mas agora sequer há clima para isso. A empresaria diz também não concordar com a decisão de fazer eventos apenas online. A seu ver, podia-se fazer com transmissão na TV porque são poucos os que tem acesso à internet. Os pobres, que podiam ficar em casa a assistir, são excluídos, constata, realçando que a pandemia da Covid-19 deve ser combatida por todos para a saúde e para Cabo Verde possa voltar a abrir.