Docentes dos diferentes níveis de ensino em São Vicente marcharam esta manhã pelas principais artérias da cidade do Mindelo, sob o lema ‘Marcha pelo Respeito e pela Dignificação da Classe Docente Nacional’ , para assinalar o Dia Internacional dos Professores. A marcha teve o suporte do Sindep, que voltou a criticar a tentativa de imposição do novo Plano de Cargos, Funções e Remunerações – PCFR e aproveitar para esclarecer a sociedade sobre os incumprimentos.
Apesar da participação dos docentes ter ficado aquém das expectativas, o secretário executivo regional do Sindicato Nacional dos Professores (Sindep), Nelson Cardoso, não se desarma. ‘O dia é de celebrações, mas a classe não tem motivos para festejar, por isso a decisão de realizar a marcha de protesto face a esta tentativa de impor um documento que vai nortear a vida dos professores e que vai trazer enormes prejuízos para a classe. Ao invés de comemorar, hoje é mais um dia de protesto’.
Para este sindicalista, a manifestação não se mede pelo número de pessoas presentes. Ainda que com um único manifestante, a luta vale sempre a pena, frisou, aproveitando para apelar ao bom senso dos deputados, tendo em conta que o PCFR já foi enviado ao Parlamento em regime de urgência. ‘Pedimos aos nossos deputados para verem se conseguem iluminar o Chefe do Governo para sentar a classe porque o novo PCFR nunca foi discutido com os sindicatos ou com a classe docente’, declarou, reforçando o apelo para que o governo tenha humildade para sentar e negociar, sobretudo tendo em conta que, na comunicação social, tem repetido a disponibilidade para ouvir a classe.
‘Esperamos que os eleitos nacionais não se deixam enganar pelo Governo e se transformem em carrascos dos professores e,’ sublinhou Nelson Cardoso, reconhecendo que esta marcha é mais uma forma de também chamar a atenção da sociedade civil cabo-verdiana e evitar que as pessoas se deixam confundir pelas declarações do Primeiro-ministro e do Ministro da Educação, que continuam repetir que os professores são especiais e que vão ter melhorias, sendo que estas não são para todos.
Cardoso terminou alertando o Governo de que os líderes sindicais não vão cansar de protestar porque esta é uma missão e um compromisso que têm para com a classe docente cabo-verdiana.