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Navio Interilhas regressa ao cais de cabotagem do Porto Grande para buscar chefe de máquina “esquecido”

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O navio Interilhas, que realizava uma viagem na rota São Vicente/São Nicolau no final da tarde de segunda-feira, foi obrigado a retornar ao cais de cabotagem do Porto Grande minutos após a partida para buscar o chefe de máquina. A viagem foi retomada normalmente cerca de uma hora depois, ou seja às 19 horas. O comandante António Bandeira, que pediu desculpas pelo transtorno nos auto-falantes da embarcação, garante que os passageiros nunca estiveram em risco.

A informação chegou ao Mindelinsite através de um passageiro, que viajava para São Nicolau. Este conta que o navio partiu do Porto Grande às 18 horas mas, cerca de meia hora depois, retornou para buscar o chefe de máquinas, que ficou “esquecido”. “De início ficamos sem perceber o que estava a acontecer. Foi só depois que o comandante, através do auto-falante, nos informou que o navio ia regressar ao Porto Grande para buscar o chefe de máquina e pediu desculpas pelo transtorno”.

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O comandante António Bandeira confirma os factos relatados pela nossa fonte, mas nega que o navio Interilhas tenha saído do Porto Grande. “Iniciamos a manobra para sair do caís de cabotagem. De imediato, constatei que o chefe de máquina não se encontrava no navio. Isto porque, durante a manobra, chamo para avisar que vamos iniciar a viagem para que o chefe de máquina possa controlar os parâmetros. Portanto, o navio ainda se encontrava dentro do porto de São Vicente”, informa o comandante, realçando que o navio foi apenas do porto de cabotagem até a ponta do porto comercial. 

“Não chegamos sequer a sair para a baía. Na ponta do Porto Grande, temos de reduzir a marcha para voltar. Foi nesta altura que chamei para máquina e fui informado que o chefe não se encontrava”, reforça Bandeira, para quem isto aconteceu porque havia rendição do chefe e tiveram de ficar a aguardar a autorização para o substituto embarcar. “Os dois chefes estavam no navio, que se encontrava pronto para viagem. Tinha todos os comandos em mãos, mas faltava a autorização, que chegou no último minuto. Só que o chefe que ia ficar não sabia que teria que seguir viagem. Os dois chefes acabaram por ficar no cais nesta indecisão sobre quem devia seguir viagem.”

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Quando percebeu que estava sem chefe, o Comandante conta que adoptou o procedimento normal, ou seja, regressou com o navio para o cais, tendo em conta que a tripulação não estava completa. “Não houve qualquer risco, até porque a bordo estavam dois maquinistas e um praticante que opera a máquina. Um navio pode operar com três oficiais, sendo que cada um está apto para cumprir quatro horas de serviço”, acrescenta Bandeira, que diz ter considerado o assunto tão normal que fez questão de emitir o comunicado no auto-falante para avisar os passageiros.  

“No comunicado informei os passageiros que iriamos regressar para embarcar o chefe de máquina. Se houvesse algum perigo, não divulgava esta informação por auto-falante, emitia um alerta”, pontuou, negando categoricamente que o retorno foi depois de 30 mn de viagem. “Foram poucos minutos de viagem, tanto é que uma hora depois a viagem foi retomada sem percalços. É fácil de constatar tudo o que estou a afirmar porque, actualmente, temos o marine trafic. Podem ver a velocidade do navio, o tempo que permanecemos na baía, horário de atracação, etc.”, assegura. 

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Segundo Bandeira, do cais de cabotagem até a ponta do Porto Grande, o Interilhas fez no máximo dez minutos. Reduziu a marcha para regressar e, em 20 minutos, estava novamente atracado. “Esperamos em torno de 15 minutos a chegada do chefe, depois de falar com o mesmo por telefone. E, às 18h55 partimos para S. Nicolau. Podem perguntar aos passageiros, se forem honestos vão dizer que nunca ultrapassamos o Djéu, que é o limite do porto de São Vicente”, pontua, realçando que são estas as informações que vão constar de um email que vai remeter para a empresa e para as autoridades marítimas. “O navio estava sem um tripulante e regressei ao cais”, remata. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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