O Ministério da Saúde anunciou em comunicado a abertura de processos disciplinares a três profissionais, na sequência da denúncia envolvendo um paciente de Santo Antão, vítima de presumível queda acidental na via pública. Esta foi inicialmente atendida no Hospital Regional João Morais, antes de ser evacuado para o Baptista em São Vicente, para cuidados diferenciados, mas recebeu uma sutura grotesca, que revoltou os familiares e os obrigou a procurar uma clínica privada para melhor atendimento.
“Chegou ao conhecimento do Ministro da Saúde a existência de uma denúncia pública divulgada nas redes sociais, relativa a uma ocorrência registada no Hospital Dr. Baptista de Sousa (HBS), envolvendo um paciente do sexo masculino, vítima de presumível queda acidental na via pública, no dia 13 de outubro de 2025, no concelho de Ribeira Grande de Santo Antão”, lê-se na nota.
Revela que o paciente foi atendido no Hospital Regional João Morais e, posteriormente, evacuado para o HBS para cuidados diferenciados. Diz ainda que, atendendo à sensibilidade dos factos e à necessidade de um apuramento rigoroso das circunstâncias e eventuais responsabilidades, de modo a preservar a integridade profissional, a transparência institucional e a qualidade dos cuidados de saúde prestados, foi determinada a abertura de um processo de inquérito abrangendo ambas as estruturas de saúde envolvidas.
Concluída a instrução do processo, e verificando-se que os factos constantes dos autos são suscetíveis de constituir infração disciplinar, prossegue, foi determinada a abertura de processos disciplinares a três profissionais envolvidos, nos termos da lei. E termina reafirmando o seu compromisso com a transparência, a responsabilidade e a defesa da ética e da qualidade dos serviços de saúde prestados à população cabo-verdiana, na promoção de relações humanas entre profissionais e pacientes.
Na denúncia que provocou revolta entre os internautas, um familiar informava que o acidente com seu irmão aconteceu em um domingo à noite e, na segunda-feira, foi enviado para São Vicente. Nas urgências do HBS, dizia, foi atendido de forma inadequada, ilustrando com fotografia. Para este familiar, o atendimento ao irmão reflete falta de respeito e negligência por parte do hospital. “Trataram o meu irmão como se fosse um cachorro. Deram-lhe pontos sem anestesia e foi receitado apenas paracetamol e amor”, sublinha.
Inconformados, prossegue a denuncia, os familiares uniram esforços e o levaram à vítima a uma clínica privada para receber um atendimento adequado por forma a evitar possíveis sequelas e infecções que pudesse resultar em consequências graves para a saúde da vítima, incluindo a morte.







