O Movimento para Desenvolvimento de S. Vicente (MDSV) está preocupada com as condições de segurança do navio Chiquinho para operar na linha Porto Grande-Porto Novo, sobretudo por contas das suas características e pede intervenção dos presidentes das Câmaras Municipais e dos deputados eleitos por estas duas ilhas. Este movimento contesta principalmente a rampa deslizante da proa do navio e lembra que é responsabilidade do Estado prevenir acidentes e garantir a segurança dos utentes.
Estas preocupações surgiram após consulta da convenção Solas, pesquisa de informações sobre um acidente com o ferry boat Estónia, conversas com vários oficiais da marinha mercante e com condutores que fazem esta travessia com frequência. A conclusão é de que, diz Maurino Delgado, é que entre os meses de Novembro a Janeiro será impossível viajar no navio. “Os balanços do Chiquinho são esquisitos e medonhos”, refere este activista que, antes de fazer qualquer pronunciamento, diz ter consultado a Convenção Solas, pesquisado informações sobre o acidente com o ferry Estonia, conversado com oficiais da marinha, condutores, entre outros.
As informações recolhidas dão suporte para afirmar que, do ponto de vista da salvaguarda de vidas humanas, “Chiquinho” não está apto para o serviço, representado um retrocesso nas condições de viagens neste canal. “Vai estrangular a economia entre estas duas ilhas, com grande prejuízo para Santo Antão. Os prejuízo sobre as viaturas são insustentáveis por causa da grave corrosão da água do mar. A falta de conforto e segurança do navio vai desacelerar a mobilidade entre as duas Ilhas”, enumera.
Quanto ao Instituto Marítimo e Portuário, Maurino Delgado afirma que não é uma instituição confiável por autorizar o navio a operar. Enquanto que a Cabo Verde Interilhas optou por não priorizar a segurança dos passageiros ao escolher um navio com as características do Chiquinho. “Estão criadas as condições para um grave acidente neste Canal e, pior ainda, quando os meios de salvamento são escassos”, adverte. Este aproveita ainda para criticar os posicionamentos dos deputados por S. Vicente, João Gomes e Celeste Fonseca, que diz terem desvalorizado o tratado internacional para salvaguarda de vidas humanas no mar (Solas) relativamente ao Chiquinho.
Em relação a rampa de proa basculante do navio, Maurino garante que o risco que representa é inaceitável. Taxativo, garante que a única forma de eliminar esse risco é nunca operar este tipo de navio nesse Canal. “A proa do navio é uma zona de grande impacto da força das ondas. O choque permanente e constante das ondas, o desgaste e a fadiga do material podem fazer soltar a rampa. É um risco natural que o navio corre.”
Para o líder do MDSV, o naufrágio do navio Vicente, que afundou a 8 de janeiro de 2015, que, não obstante as péssimas condições de navegabilidade, estava certificado e com inspecções actualizadas deveria servir de alerta. Por outro lado, obriga a estar atento em relação ao IMP, sobretudo quando é pratica os governos colocarem à frente destes serviços “gentes da sua confiança”, em detrimento da competência.