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Jovens da Ribeirinha pedem mais calcetamento na zona

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Dois jovens residentes na Ribeirinha, zona periférica de São Vicente, procuraram o Mindelinsite para pedir mais calcetamento na zona. Dizem estar insatisfeitos com a falta de requalificação das ruas mais afastadas da entrada da zona. Condenam principalmente a priorização de algumas partes onde, dizem, residem amigos e apoiantes do presidente da CMSV, citando como exemplo a asfaltagem recente da principal avenida da Ribeirinha. Para eles, isso foi feito, alegadamente, por motivações pessoais do presidente. Alegam que a zona é uma das mais ventosas da ilha e acabam por ter as casas sempre cheias de terra.

Aritson Lopes, de 34 anos, contou ao Mindelinsite que a Câmara de São Vicente começou a calcetar algumas ruas cinco dias antes das eleições Autárquicas. Mas foram ruas onde residem pessoas “bem identificadas” com o sistema. Depois do pleito, as obras pararam até hoje. “É uma injustiça calcetar somente nas ruas das pessoas que trabalham na CMSV. Quando chegam nas outras áreas param os trabalhos sem justificação”, diz.

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Rua metade calcetada, metade terra batida

Este morador revela ainda que, por causa da terra solta, os residentes sequer conseguem estender roupa para secar porque ficam sujas. Arison mostra-se ainda incomodado com a falta de energia elétrica nas ruas. “Por causa da falta de iluminação pública, fizemos um abaixo-assinado e fomos entregar na Electra, mas ainda estamos à espera de uma resposta. Todos os meses pagamos a nossa conta de luz, mas nós aqui sequer temos um posto por estas bandas”, acrescenta.

Na mesma linha segue Marcelo Ramos, para quem a Câmara Municipal de São Vicente precisa dar mais atenção a Ribeirinha como um todo por ser a segunda zona mais populosa da ilha. Igualmente deveria apostar mais nos jovens que ali residem em grande número e acreditar no seu potencial, oferecendo-lhes mais oportunidades de emprego e formação.

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Aritson Lopes e Marcelo Ramos

“Ribeirinha tem algumas ruas calcetadas e mais recentemente a principal foi alcatroada. Mas são sobretudo naquelas onde residem apoiantes da CMSV. Durante a campanha, nos contactos porta-a-porta, algumas pessoas declararam votar no edil Augusto Neves e, no dia seguinte, começaram a chegar trabalhadores para calcetar suas ruas de residência. Porém, terminada as eleições, os trabalhos foram abandonados”, reforça.

Para Marcelo Ramos, é injusto melhorar as condições de habitabilidade para alguns moradores, sobretudo para aqueles com “certa” influência ou com um nível de vida mais elevado, enquanto que outros têm de continuar a enfrentar dificuldades, sobretudo os que residem nas ruas mais afastadas da entrada da Ribeirinha. Deveriam alongar o calcetamento para todas as ruas e não parar na metade do trabalho, desabafa este jovem.

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Lidiane Sales (Estagiária)

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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