A jovem Ronise Cristina Morais Lima, 32 anos, está neste momento a ser despejada da sua casa em Chã d’ Vital por oficiais do Tribunal de São Vicente, acompanhados por duas viaturas com agentes da Policia Nacional. Desesperada, esta jovem, que é mãe de oito filhos menores e diz não ter para onde ir, pede ajuda da Câmara Municipal de S. Vicente para não ficar na rua.
Ao Mindelinsite, a jovem conta que mora na sua casa com apenas sete dos oito filhos, porque um deles vive com a avó. A casa tem uma parte feita de cimento e outra cercada por chapas de tambor. “O meu terreno é legal e tenho todos os documentos para provar. Recentemente apareceu um indivíduo a dizer que era o dono deste lote. Fez o registo do mesmo e entrou com um processo no tribunal, que lhe reconheceu a titularidade do terreno. Hoje, para o meu espanto, chegaram aqui oficiais da justiça, acompanhados da PN, pedindo-me para sair da casa”, conta esta jovem.
Inconformada e sem ter para onde ir, Ronise pede ajuda da Câmara de São Vicente. “Não posso ficar na rua com os meus filhos. Estou desesperada”, chora esta jovem, que se mostra ainda mais revoltada porque diz ter todos os documentos do terreno. “Moro nesta casa há mais de 10 anos. Era terreno de aforamento, mas comprei o mesmo em 2019. Infelizmente, na CMSV acontecem muitas coisas estranhas. Vendem ou atribuem o mesmo terreno para várias pessoas. E não podemos fazer nada.”
Enquanto conversava com este diário digital, esta jovem-mãe acompanhava com os olhos os oficiais da justiça a colocar os seus poucos pertences na rua: malas de roupa e mobiliário. “Fui à CMSV por diversas vezes, a última esta segunda-feira. Mandaram-me para casa para aguardar até ser chamada, o que nunca aconteceu. Vou ficar aqui na rua com os meus filhos porque não tenho para onde ir. O mais velho tem 12 anos e o mais novo dois anos”, relata aos prantos.
Em jeito de remate, Ronise Lima conta que está desempregada e a família sobrevive apenas com o salário do companheiro, pelo que não tem como alugar uma outra casa neste momento. “Espero que a CMSV me disponibilize uma casa porque não tenho para onde ir”, concluiu.