Um cidadão holandês de 37 anos foi preso em Schiedam por suspeita de envolvimento em um duplo assassinado ocorrido entre janeiro e abril de 2024 em São Vicente. O homem, de nacionalidade holandesa, foi detido na quarta-feira, 24 de abril, por uma equipe especial da polícia a pedido das autoridades cabo-verdianas, que cumpria um mandado internacional de captura emitido pelo Ministério Público cabo-verdiano, noticia o jornal holandês Telegraaf NL .
De acordo com a publicação, após os dois assassinatos em São Vicente, o indivíduo agora detido desapareceu sem deixar rastos. Mas as autoridades cabo-verdianas o denunciaram internacionalmente. A polícia holandesa conseguiu localizá-lo esta semana, com a ajuda do Serviço de Intervenção Especial, e ele foi preso em Schiedam por suspeita de ter efetuado os disparos que vitimaram o director técnico da ITAC Ismael Neves, 44 anos, e Hélder Gomes, conhecido por “Cabeça”, de 46 anos.
O holandês é suspeito dos dois tiroteios fatais em Mindelo. No dia 7 de janeiro de 2024, Ismael Neves (44), diretor técnico do serviço nacional de inspeção veicular ITAC, foi baleado, tendo falecido mais tarde no bloco operatório do hospital. Hélder Gomes, 46 anos e mais conhecido como ‘Cabeça’, escapou com um ferimento no quadril. Uma mulher que estava com eles foi atingida na mão.
Mas na segunda tentativa, no dia 24 de abril, este teve menos sorte. Foi baleado quando saia do carro, um Kia Sportage vermelho, nas proximidades da sua residência em Monte Sossego. A esposa e os filhos estavam no carro. “Cabeça” foi baleado cinco vezes e morreu ainda no local devido aos graves ferimentos. Sua esposa foi ferida por estilhaços de vidro, as crianças saíram milagrosamente ilesas.
Os três suspeitos foram detidos em Monte Sossego, no centro da cidade e perto do Aeroporto Internacional Cesária Évora. Tinham entre 30 e 45 anos. As mortes, que deixaram a cidade de Mindelo em alerta, são consideradas parte de uma crescente disputa entre grupos criminosos rivais. Segundo o jornal, testemunhas oculares teriam permanecido em silêncio por medo de represálias.
Diz ainda a notícia que, durante a investigação, a Polícia Judiciária cabo-verdiana localizou o holandês, mas este conseguiu fugir para a Holanda. Entretanto, a justiça garantiu que o suspeito fosse denunciado internacionalmente. Já o Ministério Público de Roterdã, informa que o homem, que não tem residência fixa, será processado em Maasstad. “Como o suspeito tem nacionalidade holandesa, ele não pode ser extraditado”, disse o departamento de justiça, que está assumindo o caso criminal de Cabo Verde.
O suspeito foi presente ao juiz de instrução na sexta-feira, 25 de abril, que decidiu que permanecerá preso por mais duas semanas. Contactado, a PJ em Cabo Verde prometeu uma reação para mais tarde.
