Gilson Alves, ex-candidato a Presidente da República, apresentou uma queixa-crime na Procuradoria da República de São Vicente contra o músico Djassa Pereira, por alegada ameaça com arma branca. O músico nega qualquer ameaça e diz que já intentou também duas queixas contra o ex-líder do PTS, sendo uma por agressão com um ferro e outra por quebra da janela da sua casa.
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Conforme a queixa-crime a que o Mindelinsite teve acesso, durante um ano, ou seja entre março de 2022 e março deste ano, os dois indivíduos tiveram um relacionamento profissional. O trabalho consistia na produção de música na casa de Djassa. Entretanto, prossegue o documento, após a conclusão do projecto, o músico, via sms, alegando uma dívida de valor não especificado, recusou devolver alguns objectos pessoais de Gilson Alves, que estavam guardados em sua casa.
“Visto que o sr. Gilson viaja muito e não possui casa própria, em 2013 ele acordou com o sr. Jacinto guardar os seus objectos pessoais na casa deste. E o sr. Jacinto poderia, por sua vez, usar o mobiliário de Gilson, como por exemplo a cama de casal. Ficou acordado também que todos os objectos pessoais do Sr. Gilson lhe seriam restituídos logo e quando este entendesse”, lê-se na queixa-crime.
Esta revela ainda que, actualmente, os dois indivíduos residem a cerca de 200 metros um do outro e que, no dia 12 de março, quando Gilson seguia na sua viatura, ao aproximar-se da casa de Djassa, este tentou interceptar o carro com um objecto na mão, que parecia uma arma branca. “O Sr. Gilson continuou a conduzir no seu caminho, apesar de ter sentido ameaçado. Meia hora depois, estando de regresso a sua casa pelo mesmo caminho, voltou a reparar que o sr. Jacinto saiu da entrada da sua residência, desceu hábil como um macaco de uma árvore, disparado e em tom ameaçador, munido de uma serra (usada aparentemente na poda de árvores) e de uma pedra de calçada”, detalha.
Desta vez, enfatiza a queixa, continuou dentro do seu carro, na estrada, a uns 20 metros da casa de Djassa e da árvore, de onde este tinha partido. O queixoso afirma que durante todo o incidente numa se aproximou da porta de Djassa, aliás, sequer subiu no passeio em frente a referida casa.
Confrontado com esta queixa, Djassa nega qualquer ameaça e diz que estava a cortar uma árvore quando este passou na porta da sua casa. “O Gilson está sempre a rondar a minha casa para tentar buscar os seus mobiliários, inclusive já quebrou-me uma janela. Apresentei uma queixa e continuo a aguardar. Sempre deixei claro que, enquanto não liquidar a sua dívida, não vou devolver os seus bens”.
Conta que, ao perceber que estava na rua a podar uma árvore, Gilson parou o seu carro e começou a chamar-lhe de covarde e mentiroso. “Não notei que ele estava armado. Desci da árvore para podermos ajustar contas. Ao tentar apanhar uma pedra, escorreguei . Cheguei a atirar-lhe a pedra, que não acertou. Foi nesta altura que ele aproveitou para me agredir com um ferro na cabeça e na costela. Infelizmente, ele mente compulsivamente. É um psicopata“, relata Djassa.
Perante os factos, o músico revela que apresentou uma queixa-crime no tribunal e continua a aguardar. “Infelizmente, não posso fazer mais nada. Fui agredido e nunca consegui cobrar por meu trabalho. Estou a espera da justiça. Ao todo, apresentei duas queixas contra este indivíduo, um pela quebra da janela da minha casa. Na altura, accionei a polícia que registou o caso, e outra por agressão. Sou uma pessoa calma, que não incomoda os vizinhos. Estou apenas a tentar receber por um trabalho prestado.”
Entretanto, neste meio tempo, revela, foi informado por vizinhos que têm sido contactados por Gilson para servirem de testemunhas nas duas queixas que apresentou contra o malogrado, a troco de dinheiro. “É uma situação complicada. Ele ameaçou a minha família e enviou-me muitas mensagens ofensivas, que fiz prints e fui entregar na polícia. Mas até agora nada aconteceu”, desabafa.
Relembre-se que, em março, Djassa Pereira acusou Gilson Alves de agressão na cabeça e na costela com um ferro. O ex-candidato a Presidente da República reagiu na altura dizendo que agiu em legítima defesa porque Djassa tentou mata-lo com um serrote.