Pub.
Escolha do EditorSocial

Germano Almeida “surpreendido” com a morte do escritor Luís Sepúlveda

Pub.

Germano Almeida diz-se surpreendido com a morte do escritor chileno Luís Sepúlveda está quinta-feira em Espanha, com quem se encontrou pela última vez no festival literário Correntes d’ Escrita na Póvoa do Varzim, Portugal. Depois de 45 dias e pelas noticias que vinha recebendo de amigos, Almeida afirma que todos esperavam que Sepúlveda reagisse, mas infelizmente não foi isso que aconteceu. “Perdi um amigo por quem tinha uma grande admiração e um escritor que gostava e gosto muito.” 

“Fiquei com pena porque tínhamos relações cordiais há mais de 20 anos. Conhecemos nas Correntes d’Escritas de Póvoa do Varzim onde foi exactamente a ultima vez que vimos. Éramos uma espécie de “mobilia”, deste festival porque convidados todos os anos. Encontrávamos sempre e conversávamos. Sepúlveda era uma pessoa muito agradável por quem tinha grande admiração porque tinha estado politicamente enquadrado. Chegou a ser guarda-costa Salvador Allende”, revela Germano Almeida, que assume também ser um grande admirador da obra deste escritor.

Publicidade

Para o “Prémio Camões”, a morte de Sepúlveda foi uma surpresa maior porque, pelas informações que vinha recebendo dos amigos comuns, escritores sul-americanos que conheceu em Póvoa do Varzim, esperava a sua cura. “Há três dias conversei com um amigo que me garantiu que Sepúlveda estava a reagir bem e estava com muita coragem, mas não foi o caso. É uma perda para a literatura. No meu caso, perdi um amigo e um colega que continua a escrever com assiduidade”, pontua Almeida, realçando que esta doença está a fazer uma razia, pois não se sabe de onde vem e nem quando chega. “É como uma guerra de guerrilha. É complicado. Temos é de estar preparados para o encarar com serenidade.

O escritor chileno Luís Sepúlveda morreu, esta quinta-feira, 16 de abril, no Hospital Universitário Central de Asturias, na cidade espanhola de Oviedo, onde se encontrava internado desde o final do mês de fevereiro, após ter testado positivo ao novo coronavírus. A notícia é avançada pela agência noticiosa espanhola Efe, que cita “fontes próximas” do autor que, apesar de ter nascido em Ovalle, no Chile, residia em Gijón, Espanha, desde 1997, na companhia da mulher, a poetisa Carmen Yáñez. 

Publicidade

Sepúlveda começou a apresentar sintomas dois dias depois de marcar presença no festival Correntes d’ Escrita, que se realizou entre os dias 15 e 23 de fevereiro na Póvoa do Varzim. Deu entrada no Hospital Universitário Central de Asturias no dia 27, onde foi diagnosticado com pneumonia aguda e, posteriormente, infeção por Covid-19. Morreu aos 70 anos de idade. 

O escritor teve uma extensa carreira na literatura, que iniciou em 1969, com ‘Crónicas de Piedro Nadie’ (‘Crónicas de Pedro Ninguém’), dando início a uma bibliografia de mais de 20 títulos. O seu repertório inclui obras como ‘O Velho que Lia Romances de Amor’ e ‘História de Uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar’. Foi distinguido com os prémios “Eduardo Lourenço”, em 2016, “Primavera de Romance”, em 2009 e “Tigre Juan”, em 1988.

Publicidade

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo