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Faleceu o politólogo e analista Alfredo Dufega Machado 

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Faleceu esta segunda-feira em Portugal o analista e politólogo Alfredo Dufega Machado, aos 78 anos – completaria 79 em agosto próximo -, vítima de doença prolongada, de acordo com informações avançadas pelo primo, Ney Machado. Dufega era uma figura incontornável da rua de Lisboa e de São Vicente, tendo colaborado com à imprensa, com artigos incisivos e comentários acutilantes sobre a regionalização e as vítimas do partido único, de entre outros temas da atualidade.

A regionalização, a atribuição de pensão às vítimas de tortura do partido único, a paridade e as privatizações foram alguns dos temas que sempre despertaram o interesse deste analista e politólogo. Por exemplo, em um artigo divulgado pelo jornal a Expresso das Ilhas em finais e 2019, Alfredo Dufega considerou que ‘regionalização” é uma palavra vaga e lembrou que a Constituição da Republica limita inclusive a chamada ‘regionalização administrativa’. 

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Já em uma entrevista à Rádio Morabeza, no mesmo ano, criticava o processo de atribuição do Estatuto de Combatentes da Liberdade da Pátria, assim como o de atribuição de pensão às vítimas de torturas, alegando que se “estava a brincar com a politica e com o direito”. Para este analista político, o pagamento de pensões às vítimas de tortura, por actos cometidos em 1977 e 1981, em São Vicente e Santo Antão, foram, fundamentalmente, uma jogada eleitoralista.

Por estas e outras intervenções, muitas pessoas amigas e que com ele conviveram de perto recorreram as redes sociais para prestar homenagem e prestar condolências. Caso, por exemplo, do treinador Rui Albeto e de Luís Fonseca, que expressaram a sua tristeza pela noticia da morte do amigo.

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“Simpática figura mindelense, de enorme simplicidade que a todos saudava sempre com um sorriso meio encabulado nos lábios. Poucos se lembrarão hoje, mas ele foi um dedicado ativista e animador cultural nos anos 74/75, que contribuiu para divulgar as canções revolucionárias que mobilizaram a juventude para as memoráveis jornadas pela independência”, escreveu Fonseca. 

O antigo diplomata aproveitou para prestar a sua reverência por esta contribuição. “Descansa em paz, meu Amigo”, pontuou. Esta publicação mereceu a atenção de mais de uma centena de internautas, que aproveitaram para juntar a sua voz a de Luís Fonseca, lamentando esta perda irreparável e apresentando condolências pelo passamento deste “mucim de soncente”.

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Outros lamentaram a vazio que fica dos “diálogos construtivos” e da veia critica em prol de São Vicente. O Mindelinsite aproveita para apresentar suas condolências e augura uma descanso em paz. 

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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