O estudo realizado pelo Instituto Nacional da Previdência Social e diversas instituições públicas e privadas do sector da Saúde e que vai ser apresentado no auditório do Hospital Dr. Baptista de Sousa revela que o Parkinson representa 79% das doenças do movimento registadas em Cabo Verde, um valor muito superior à média internacional e da África Ocidental.
A sessão de apresentação em São Vicente dos resultados deste que é o primeiro estudo epidemiológico nacional sobre doenças do movimento (DM), que foi coordenado pela investigadora Leida Tolentino (PhD). Segundo a Fundação Doenças do Movimento (DM), a doença de Parkinson, o tremor essencial e as distonias são causas crescentes de incapacidade a nível global.
“Cabo Verde não dispunha de dados nacionais relativos à sua prevalência, incidência ou impacto na qualidade de vida dos portadores”, informa um comunicado do HBS. Aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para a Saúde e a Comissão Nacional de Proteção de Dados, foi realizada entre julho e dezembro de 2024 e incluiu 110 adultos com diagnóstico confirmado de DM.
Para a sua efetivação, foram utilizadas três metodologias complementares: análise de processos clínicos, entrevistas e aplicação de questionários validados. As principais conclusões são que a doença de Parkinson representa 79% dos casos; a prevalência é inferior à média internacional e da Africa Ocidental e mais elevada em pessoas com idade superior a 60% e do sexo masculino.
Ainda: 70% dos inquiridos enfrentam dificuldades no acesso à medicação – 35% reportam barreiras no acesso a terapias – e 51% relatam impacto da doença nas suas vidas, pontua a nota do HBS, para quem o evento representa um marco para o reconhecimento dos desafios enfrentados pelas pessoas com DM e sinaliza a urgência de uma resposta integrada, humanizada e baseada em evidência científica.