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Emigrante viaja da Brava para S.Vicente, mas bagagem fica para trás: “Regresso aos EUA amanhã e não tenho nada”

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Carlos Alberto Leitão, 71 anos, chegou no sábado em São Vicente, depois de sair da ilha Brava e passar por Fogo e Santiago, mas a bagagem ficou toda para trás. Ao Mindelinsite, este emigrante conta que procurou o balcão dos TACV para relatar o incidente e pedir algum dinheiro para comprar itens de primeira necessidade, mas não obteve resposta. Hoje deslocou-se de táxi ao aeroporto para ver se a sua bagagem finalmente chegou, mas foi confrontado com a informação de que todos os voos programados para esta segunda-feira foram cancelados, sem qualquer explicação.

Saí da ilha do Fogo no sábado, fiz uma curta escala no aeroporto Nelson Mandela e embarguei logo de seguida para São Vicente. Quando cheguei em S. Vicente percebi que as minhas bagagens ficaram para trás. Recebi apenas uma pequena mala com alguns medicamentos e algumas peças de roupa. Vim fazer um tratamento aqui e trouxe algumas câmaras de segurança que deveria colocar no domingo e segunda”, relata Carlos Leitão, que lamenta sobretudo a falta de resposta por parte da companhia. 

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Segundo conta, logo que percebeu que as sua bagagens não vieram consigo, fez uma reclamação no balcão da TACV e por email, mas nunca teve qualquer retorno. “Fui ao balcão, enviei email, tentei telefonar, sem sucesso. Hoje, segunda-feira, desloquei-me ao aeroporto e pedi algum dinheiro à funcionária para comprar alguma roupa, mas ela limitou-se a me dizer que já fez tudo ao seu alcance junto da companhia. Enviou email e telefonou”, detalha este emigrante, que deverá retornar à Capital amanhã.

“Em princípio, devo viajar amanhã para Praia. Mas não tenho certeza porque houve cancelamento de todos os voos desta segunda-feira e não há qualquer previsão de novas ligações. Estava confiante que poderia receber a minha bagagem hoje. Infelizmente, não nos dão nenhuma informação concreta”, relata Leitão que, para evitar maiores dificuldades, contactou conhecidos na ilha do Fogo para ver se conseguem enviar os seus pertences para a cidade da Praia de barco, ainda hoje ou amanhã. 

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“O problema é que regresso aos EUA na noite de terça-feira. Se conseguir sair de S. Vicente amanhã – a previsão da partida é às 14 horas -, espero recolher as minhas bagagens no Porto da Praia e partir de imediato para o aeroporto. Vou rezar para isso acontecer porque não tenho roupas e nem sapatos. Também estou há vários dias sem tomar os meus medicamentos”, desabafa.

Passageiro frequente, Carlos Leitão diz lamentar sobretudo a falta de informação por parte da transportadora. “Todos os anos venho nas férias. Nasci na Brava e gosto de visitar a minha terra. Mas é frustrante não saber de nada. Há alguns anos tive um constrangimento, mas na altura era compreensível porque havia dificuldades de ligação marítima. Por causa disso, passei a viajar com o indispensável na bagagem de mão. Pensava que estas situações já não aconteciam em Cabo Verde”

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Diz desconhecer se outros passageiros que viajaram da ilha do Fogo no mesmo voo receberam as suas bagagens porquanto, afirma, apenas três seguiram para São Vicente. E, destes, apenas os seus pertences ficaram para trás. “É uma situação humilhante porque não tenho nada e a companhia não apoia os passageiros. Pedi ajuda e fui ignorado, sequer dignaram responder aos meus emails“, reforça.

Emigrante desde os 15 anos e com muitas milhas percorridos, Carlos Alberto Leitão sente-se desamparado, sem bagagem e sem previsão de viajar para Santiago, de onde deverá sair para os EUA.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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