Pub.
Social
Tendência

DS identifica mosquitos transmissores de dengue, paludismo, zika e chikungunya em S. Vicente e apela ao envolvimento de todos na luta anti-vectorial

Pub.

A Delegacia de Saúde de São Vicente, em parceria com a Câmara Municipal, reuniu algumas entidades públicas e privadas, confissões religiosas e organizações não governamentais para apelar à um envolvimento de todos na luta anti-vectorial. Este apelo surge após a confirmação da presença, na ilha, de mosquitos que transmitem doenças como o paludismo, a dengue, o Zika e a chikungunya, entre outras.

Em declarações à imprensa, a margem do encontro, o delegado de Saúde, Elísio Silva, informou que um estudo epidemiológico realizado nas águas paradas em diferentes localidades da ilha, detectou a presença de mosquitos que transmitem o paludismo, o zika, a dengue e a chikungunya em grandes quantidades. “Sabemos que, devido às fortes chuvas, que provocaram a acumulação de águas em grandes quantidades na ilha, houve um aumento de criadouros de mosquitos”, declarou.

Publicidade

Desde o princípio do ano, disse, a Delegacia de Saúde vinha implementando os seus planos habituais de intervenção a nível da luta anti-vectorial. Mas, com as chuvas de 11 de agosto e com a grande quantidade de águas paradas nas localidades, a situação tem fugido um pouco do controlo da Delegacia de Saúde. “Esta é uma luta que começa dentro das casas, depois passa para as ruas e as localidades. É uma luta da delegacia, da CMSV enquanto responsável pelo saneamento da ilha, do Ministério da Educação e do Ambiente, mas também da população. É uma luta de todos.”

Neste processo, Silva destaca também o papel da comunicação social, responsável por transmitir as informações à população. “É por isso que hoje chamamos todos os parceiros e a população em geral para este encontro na delegacia para nos ajudar e acompanhar nesta luta. São Vicente recebe pessoas de diferentes países, inclusive de alguns endêmicos de doenças como o paludismo. Inclusive, todos os anos temos registado em torno de cinco casos, de pessoas que vêm desses países infectados.”

Publicidade

Devido a presença de mosquitos transmissores destas doenças, prossegue o delegado de Saúde, essas pessoas podem ser picadas por um único mosquito e, a partir daí, haverá transmissão generalizada a nível da ilha. “É isso que queremos evitar. Uma forma de conseguirmos é estarmos todos a trabalhar por uma só saúde, desde a nossa casa e envolver todos os nossos parceiros, principalmente a CMSV”, assegurou Elísio Silva, sinalizando os apoios já garantidos da tutela e da Organização Mundial da Saúde, que permitiram a delegacia colocar nas ruas mais de 20 agentes de luta anti-vectorial. 

Instado a apontar as zonas mais críticas na ilha onde foi detectado a presença de mosquitos transmissores destas doenças, Elísio Silva cita o caso de Dji d’ Sal onde, diz, existe uma acumulação enorme de água e que se transformou em um grande criatório. Elenca igualmente as poças de água na estrada de S. Pedro e na Ribeira de Vinha. “As zonas  já estão identificadas pela delegacia de Saúde. Estamos a trabalhar em conjunto com a CMSV, mas a população precisa fazer a sua parte.”

Publicidade

Para o vereador da Pelouro de Proteção Civil da Câmara Municipal de São Vicente, José Carlos da Luz, a situação, em termos de saúde pública, neste momento a todos diz respeito.“Esta não é responsabilidade apenas da Câmara Municipal ou da delegacia de Saúde. De forma transversal, todos temos de trabalhar para reduzir os níveis de risco. Da nossa parte, já estamos a estabilizar a questão dos esgotos, embora alguns ainda continuem a vazar, tendo em conta que houve uma grande destruição dos canos. Estamos a repor e pensamos que, em breve, a situação estará estável. “

O autarca admite no entanto alguma preocupação em relação às águas paradas na zona de Dji d’ Sal. Isto porque, frisa, o terreno é demasiado lamacento, o que coloca as máquinas em risco. “Tivemos de estudar um outro sistema, através da reposição de terra, que é depois arrastada com cuidado para evitar que as máquinas se atolem na lama. Já a questão da ETAR, na Ribeira de Vinha, que é um dos pontos mais críticos apontados pelo DS, está praticamente resolvida.”  

Segundo José Carlos, o problema na ETAR resultou da dificuldade de bombagem da água para Tchon d’ Holanda. Esta situação, afirmou, demandou o envolvimento da EDEC e, neste momento, a água já está a ser bombeada para este perímetro agrícola, o que levou à sua diminuição de nível. 

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo