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Doze famílias recebem microcrédito do centro SOS para arranque dos seus negócios

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Doze das 31 famílias contempladas com acções de formação promovidas pelo Centro Social SOS do Mindelo foram agraciadas com microcrédito para ajudar a montar os seus negócios, no âmbito de um projecto no quadro da pandemia da Covid-19. Cada uma das famílias beneficiadas recebeu o montante de 30 mil escudos para reforçar a sua capacidade financeira e, desta forma, aprimorar os cuidados parentais e garantir a segurança integral das crianças e da família como um todo. Paralelamente vão continuar a receber mentoria por forma a garantir a sustentabilidade dos seus pequenos negócios.

Este foi o primeiro grupo de famílias contempladas com microcrédito, mas a directora do Centro Social SOS garante que haverá outros. “Ainda iremos contemplar mais famílias dentro das 31 sinalizadas e que vão ser trabalhadas para poderem também beneficiar de microcrédito. Este é um projecto que queremos que perdure. A ideia é trabalhar no sentido de uma associação ou grupo de famílias assumir a responsabilidade de ajudar outras nas comunidades também com microcrédito”, diz Graça, realçando que o financiamento é suportado pelo Centro Social SOS do Mindelo.  

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O projecto, refere a nossa entrevistada, tem duas vertentes, sendo que a primeira consiste no apoio às famílias nas necessidades mais básicas e que tiveram algum agravamento com a pandemia da Covid-19. São núcleos que viviam de “biscates” e que não tinham um emprego ou então que perderam os seus trabalhos. “Estamos a falar de um grupo de 31 famílias, a maior parte teve ou ainda tem crianças em situação de rua. Algumas destas crianças foram acolhidas nas Aldeias SOS em Santiago. Inicialmente foram-lhes atribuídas cestas básicas, produtos de higiene e protecção e material escolar. Também fizemos pequenos reparos nas suas habitações, nomeadamente construção de casas-de-banho, reparos de tetos, portas e outras coisas necessárias”, detalha a directora do Centro SOS.

Reforço da capacidade financeira

Estas famílias foram ainda contempladas com atribuição de água numa base mensal para, segundo Graça, poderem ter condições para lavagem das mãos e ter uma higiene mais adequada. A segunda vertente visa garantir alguma autonomia financeira a estas famílias para poderem responsabilizar-se pelos filhos. “Esta é a vertente que visa capacitar e ajudar estas famílias a terem o seu negócio próprio ou trabalhar para outrem. Dentro disso, fizemos algumas acções de capacitação em fabrico de sabão, empreendedorismo, marketing digital e informática base. As famílias tiveram também suporte de voluntários na questão da motivação e empoderamento feminino”, relata.  

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Algumas destas famílias participaram nestas formações, enquanto outras já tinham um pequeno negócio ou uma ideia. Foram então trabalhadas em aspectos com plano de negócio e sensibilização para estas áreas. Mas este é um trabalho que vai ter continuidade, diz a directora do Centro SOS, porque o grupo vai receber mentoria por forma a ganhar mais consistência. “O apoio financeiro foi para os negócios, conforme a habilidade e conhecimento daquilo que costumam fazer, desde venda de peixe, pequenas mercearias, venda de alimentos. Temos também uma família que trouxe um projecto que nos deu muita satisfação, que é o fabrico de sabão. Isto porque foi uma beneficiária que recebeu esta formação e que decidiu transformar os seus conhecimentos em um negócio feitos em casa. E este já está a singrar.”

Das 31 famílias abrangidas por este projecto do Centro Social SOS do Mindelo, 21 estão trabalhadas para receber microcrédito. Destas, as primeiras 12 já foram contempladas, sendo que as restantes serão em breve. Entre as contempladas, algumas já tinham um pequeno negócio em casa, outras tiveram no passado, mas que, por conta das dificuldades, suspenderam a actividade, e outras ainda estão a iniciar agora de raiz. A ideia é dar a estas famílias alguma autonomia e, chegando ao final deste ano, poderão seguir com as suas vidas autossuficiente.

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Por causa da pandemia, a entrega dos cheques foi feita de forma individual. Graça Gomes explica, no entanto, que o momento foi aproveitado para reforçar a distribuição de vitaminas e máscaras, no quadro de um projecto que iniciou em agosto do ano passado e que vai até dezembro e que consiste em apoiar materiais as famílias com material de protecção e mensagens sobre distanciamento. “Felizmente, até agora não tivemos nenhum caso de famílias apoiadas pelo Centro, sendo que, semanalmente, enviamos mensagens para recordá-las estas regras para evitar a covid-19.”

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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