Pub.
Escolha do EditorSocial

Deficiente motor pede carrinho de supermercado para vender produtos na rua com mais segurança 

Pub.

Silvio Silva é deficiente motor, mas nunca se escondeu atrás da sua deficiência. Dentro das suas limitações tenta conquistar a sua independência económica e financeira a vender água, refrigerante e outros produtos na rua. Usa um carrinho de bebé adaptado para transportar os produtos, mas não está livre de pequenos acidentes, sozinho ou provocados por terceiros. Para facilitar o seu “negócio” pede um carrinho de supermercado, que lhe permite transportar maiores quantidades e com mais segurança.

Ao Mindelinsite, Sílvio Silva confessou que não depende desta venda de rua para a sua sobrevivência mas, aos 52 anos, gostaria de ter alguma autonomia financeira para adquirir, sobretudo os produtos básicos de primeira necessidade para não depender a 100% dos familiares. “Quero ter o meu dinheiro para quando quiser fazer a minha barba ou comprar algo importante para mim sem ter de pedir aos meus irmãos ou outros familiares”, diz este nosso entrevistado que, para além da deficiência motora, sofre de epilepsia, que é uma doença neurológica crónica, mas não se deixa abater.

Publicidade

“Tenho um carrinho de bebé, que uso para transportar as minhas mercadorias: água, sumos, refrigerantes, chupetas, drops, etc. Antes de começar a vendar na rua, tentei trabalhar, mas ninguém me deu um emprego. Foi minha irmã que me sugeriu fazer venda na rua. Gostei da ideia e desde então tenho vindo a desenrascar”, conta Sílvio Silva, que diz vender as suas mercadorias na porta das escolas e dos recintos desportivos em São Vicente. 

No verão, com todas as escolas encerradas para férias escolares, este conta que tenta diversificar e expandir para outros locais de diversão. O problema é que não é fácil para ele, sobretudo tento em conta a sua deficiência, deslocar com o carrinho de bebé carregado de produtos. “Como não tenho muita força nos braços, é mais difícil arrastar o carrinho de bebé. Se conseguir um carrinho de supermercado fica mais fácil porque, para além de ser mais alto e transportar mais produtos, em caso de acidente os mesmos não vão espalhar na estrada”, justifica. 

Publicidade

Por conta disso, Sílvio conta que já abordou os principais supermercados de São Vicente, mas nunca ninguém respondeu ao seu pedido. Igualmente diz ter procurado a Associação dos Deficientes Físicos de São Vicente e da Praia, mas continua sem sequer uma reação. “Já falei com diversas pessoas, mas sou sempre ignorado. Por isso decidi lançar este apelo através do vosso site. Sinto que quero fazer algo de útil para mim e ninguém quer me estender a mão. Sinto que estamos num mundo egoísta. As pessoas não quer apoiar ninguém. Cada um se preocupa apenas com a sua vida“, desabafa.

Publicidade

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo