Muitas pessoas que se têm deslocado ao cemitério de São Vicente ficam indignadas com o estado de alguns covatos, que estão completamente soterrados, com cruzes e adereços partidos e flores destruídas. Inconformados, exigem mais respeito para com os defuntos. O vereador da CMSV, José Carlos, alega justifica dizendo que esta é a única forma de se ganhar mais espaço no cemitério, mas garante que as covas serão reparadas quando os trabalhos em curso forem concluídos.
Este cenário desolador foi encontrado durante um funeral realizado no domingo. Ao chegar no local de sepultamento, as pessoas depararam com vários covatos preparados. Toda a terra retirada tinha sido despejada sobre os covatos próximos, soterrando-os por completo. Em alguns casos, era visível apenas parte das cruzes para revolta das pessoas, que questionaram se fariam o mesmo caso fosse os seus familiares. “É inaceitável. Aqui deveria ser um lugar paz para os defuntos. Mas, o que vemos aqui é uma completa falta de respeito. Poderiam ter encontrado outras formas de tirar a terra, sem soterrar os outros cotados”, desabafou um dos presentes, perante o descontentamento generalizado das pessoas.
Confrontado, o vereador que atende que tem sob a sua tutela a gestão dos cemitérios explicou que não há outra forma para se conquistar mais espaço no cemitério, que está a arrebentar pelas costuras. “Mas, após o término dos trabalhos, os covatos serão limpos e embelezados. Agora, quando às cruzes alegadamente quebradas, esta já não é responsabilidade da CMSV”, disse o autarca José Carlos.
Mas, caso se confirmar que flores ou cruzes se partiram no processo, estes serão repostos pela edilidade, promete. “Já fizemos isso em outros sectores. Qualquer dano provocado pelos trabalhadores será devidamente reparado. Mas é um trabalho que precisa ser feito. Neste momento estamos a criar novos espaços no cemitério por forma a dar resposta a demanda, aproveitando as ruas”, acrescenta o vereador, realçando que em São Vicente são realizados, diariamente, uma média de 4/5 funerais.
Para agravar ainda mais a situação, diz José Carlos, o cemitério de São Vicente também serve outras ilhas do arquipélago. “Decidimos, por isso, aproveitar os espaços das ruas, que eram largas, para criar novos covatos. Mas, após o trabalho, vamos repor a normalidade. Fazemos questão de ter um cemitério embelezado. A CMSV tem uma grande preocupação com o cemitério de São Vicente.”
Apesar das justificações, José Carlos afirma que entende a indignação das pessoas e lamenta o estado actual de alguns covatos, mas insiste que não há outra forma de fazer as intervenções necessárias.