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CEMFA descarta abusos e maus-tratos como causas da morte do recruta Davidson Barros 

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Foi apresentado hoje na cidade da Praia o relatório do inquérito que investiga a causa do óbito do recruta Davidson Barros. Na ocasião, o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas rejeitou “qualquer nexo de causalidade” entre a morte do militar e a ocorrência de abusos e maus tratos. António Duarte Monteiro admitiu, entretanto, que as Forças Armadas, vão reforçar os critérios da realização das provas de classificação e seleção da inspecção militar, a segurança da instrução militar e a capacidade de respostas em situações de emergência médica.

As conclusões do inquérito e da análise as peças que o compõem revelam que a preparação militar geral até o falecimento do recruta Davidson Barros decorreu normalmente e em conformidade com as normas constantes dos regulamentos militares, em particular, do referencial de preparação militar geral para praças. “Não foram constatados e nem referenciados atos de abusos contra o recruta Davidson Barros, antes durante ou depois da marcha administrativa durante os exercícios realizados na Galé no dia 12 de outubro w nem ocorrência de abusos ou excesso contra os demais recrutas”, afirmou Duarte. 

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O CEMFA lembrou, por outro lado, que o relatório de autópsia médico-legal apontou que a causa direta da morte do recruta David da Silva Barros foi um edema agudo pulmonar, causas e intermédias falha no ventrículo esquerdo e miocardiopatia dilatada, tendo como causa básica a obesidade. “Nesses termos, não foram estabelecidos qualquer nexo de causalidade entre a morte do recruta Davidson Barros e a ocorrência de abusos, excessos e ou maus tratos durante a preparação militar”, afirmou. 

Entretanto, tendo em conta este fatídico acontecimento, Duarte garantiu que as FA já estão a trabalhar em uma nova tabela que regula a entrada de cidadãos no serviço militar para garantir maior rigor na triagem da capacidade física e psíquica e para incrementar a segurança da instrução militar. “A nova tabela de perfis psicofísico está trabalhada e já se encontra na posse do Ministério da Defesa Nacional, conforme dimana do Regulamento da Lei do Serviço Militar. Estou positivo que esta tabela será aprovada em breve e que será utilizada nas próximas provas de inspeção e seleção militar e que estará em uso, na incorporação militar que terá o seu inicio entre março/abril”, indicou.

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Paralelamente, reforçou António Duarte Monteiro, as Forças Armadas estão a preparar a revisão do Sistema de Instrução Militar e o Regulamento do Sistema de Instrução Militar, modernização e dotação da direção dos serviços de saúde, das Forças Armadas e das enfermarias, dos comandos territoriais, e na dotação da enfermaria do Centro de Instrução Militar do Morro Branco. “O Centro de Instrução Militar do Morro Branco, em São Vicente, será também dotado de um aparelho desfibrilhador, bem como de uma ambulância devidamente apetrechada. para fazer face às demandas de um centro de instrução por onde passam centenas de homens e mulheres”, acrescentou. 

Davidson Barros, recorda-se, era natural de Queimada, ilha do Fogo. Faleceu no dia 13 de outubro, um dia depois de ter sentido maldisposto na etapa final de uma marcha administrativa. O recruta chegou a receber os primeiros socorros do médico militar e do socorrista, que acompanhavam a referida marcha, antes de ser transportado para o Hospital Baptista de Sousa, veio a falecer.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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