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“Caminhada Rosa” volta a encher ruas do Mindelo e reforça sensibilização para o cancro de mama

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A 15ª Caminhada Rosa, evento organizado pela Liga Cabo-verdiana Contra o Cancro e que encerra as atividades do mês dedicado à conscientização e ações de prevenção ao câncer de mama, voltou a encher as ruas, com pessoas de todas as idades e sexo trajadas de rosa. A presidente Conceição Pinto mostrou-se particularmente satisfeita pela assunção por parte dos mindelenses desta atividade, que de ano para ano conquista mais espaço em S. Vicente. 

De acordo com a médica Conceição Pinto, a Caminhada Rosa é mais uma jornada com o objetivo de ressaltar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Especificamente, é uma chamada de atenção para as mulheres terem atenção, mas é igualmente aproveitada para sensibilizar e apoiar as pessoas afectadas e as suas famílias, e incentivar os decisores a oferecer mais meios para o diagnóstico e o tratamento. E mais uma vez, a semelhança das edições anteriores, mobilizou a comunidade mindelense num momento de união e de consciencialização em torno de uma causa que toca muitas vidas.

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O lema em relação ao cancro de mama é sempre o mesmo: diagnóstico precoce, tratamento a tempo e hora e apoio aos doentes e aos seus cuidadores”, afirmou, realçando o papel dos parceiros que, todos os anos, abraçam esta causa. “A Liga organiza, mas depois temos a adesão de empresas, instituições e grupos, pelo que esta atividade já se transformou numa caminhada da população de São Vicente. Ou seja, a população apropriou-se dela. E é isso que queremos, que a população saiba que o cancro de mama é um problema, infelizmente cada vez temos mais pessoas com cancro de mama.”

Por isso, afirma, é preciso criar mais condições de diagnóstico precoce, tratamento e, principalmente, apoiar os doentes. Questionado se conseguem traduzir esta percepção em números, Conceição Pinto sublinha que esta é uma responsabilidade do Ministério da Saúde. “Somos uma associação, criada para dar informações e apoio. O MS tem as suas estatísticas em relação ao número de doentes registados anualmente, mas sabemos que é o cancro mais frequente. E a tendência é para o aumento.”

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Instado a precisar se a percepção do aumento de número de casos resulta de mais diagnósticos feitos, a presidente da Liga diz acreditar que tem a ver com vários factores, designadamente com o aumento da esperança de vida a tendência é para o aumento dos casos de várias formas de cancro, com a idade. Reconhece, no entanto, que a capacidade de diagnóstico foi reforçada, o que leva a detecção de mais casos, inclusive em pessoas de diferentes faixas etárias. “O cancro é uma doença relacionada com a idade, mas isso não quer dizer que pessoas mais jovens também não possam ser afectadas. Neste momento, em C. Verde e noutras paragens temos muitos jovens a sofrer com cancro de mama.”

Testemunho de uma sobrevivente de cancro de mama

Ao MindelinsiteAna Flor justificou a sua participação na caminhada por ser uma sobrevivente do cancro de mama. “Já passei por esta situação, sou uma sobrevivente, por isso decidi marcar presença para ajudar outras mulheres a perceberem que na vida tudo é possível, inclusive superar esta doença, sobretudo quando acreditamos e temos força interior. Não podemos desanimar. Temos de estar sempre com a cabeça levantada porque a cura é possível.”

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Conceição Pinto, Presidente da Liga Cabo-verdiana Contra o Cancro

Mas, para isso, diz, o apoio dos familiares é imprescindível. “O papel da família é fundamental. Tive uma família presente, fizeram tudo o que era necessário, dentro das suas possibilidades, para me apoiar durante o meu tratamento. Tive um apoio incondicional, principalmente dos meus filhos. Mas também me ajudou muito o facto de ser uma pessoa positiva. Fui para Portugal, mas sempre acreditei que voltaria para a minha casa. Estou há mais de 12 anos sem sinal da doença e, com alegria, estou aqui para ajudar outras mulheres que, neste momento, enfrentam também esta batalha.”   

Presença assídua nas caminhadas solidárias por se identificar com a causa, Zenaida dos Santos Duarte destaca a importância da luta contra o cancro de mama e de estimular outras pessoas a aderir. “Enquanto mulher, sei da importância de se fazer a prevenção. Estou ciente que devemos procurar procurar médicos para consultas de rotina e fazer os cuidados necessários e quero que outras pessoas também estejam”, pontua, mostrando-se grata por nunca ter registado casos na família. Mas, afirma, já teve amigos afectados pela doença, por isso participa e procura trazer consigo outras pessoas.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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