Aumentou para sete o número de recém-nascidos falecidos de forma inesperada no serviço de Neonatologia do Hospital Baptista de Sousa, com o falecimento de mais uma menina na madrugada desta quinta-feira. Era, até então, a única sobrevivente das seis criança que nasceram em finais de abril e início de maio, e que morreram nas duas duas primeiras semanas deste mês, ou seja, entre os dias 1 a 10 de maio. A estes junta-se ainda uma outra recém-nascida que morreu na terça-feira, 16.
Em declarações ao Mindelinsite, ainda muito emocionada, a mãe da menina falecida esta madrugada conta que a sua bebé era a última bebé do grupo que faleceu entre os dias 1 a 10 do corrente mês. “Foi a única sobrevivente, mas eu estava muito preocupada porque vinha apresentando alguns sintomas semelhantes aos dos bebés falecidos. Infelizmente, esta madrugada, por volta das 2 horas, faleceu”, afirmou, realçando que a explicação dada pelo HBS é que o coração da criança parou.
“Nos últimos dias, a minha bebé estava com a barriga inflamada. Por conta disso, começou a ter dificuldades em respirar. Ontem, por volta das 4 horas da manhã, parou de respirar. Foi reanimada, mas ficou muito pálida e com movimentos muito reduzidos. À tarde, quando a fui visitar, estava melhor. Mas, por volta das 19 horas, a situação agravou-se e ela veio a óbito às 2 horas.”
É mais uma morte aparentemente nas mesmas condições das anteriores, ou seja, sem explicação. Ruth Oliveira explica que a sua filha nasceu no dia 2 de Maio, com 32 semanas e quatro dias de gestação, ou seja, estava prestes a completar oito meses. “Após o seu óbito, a médica disse-me que a minha filha teve uma hemorragia na cabeça e foi esta a causa da morte. Foi semelhante aos outros bebés. Mas, no meu caso, decidiram fazer uma autópsia e estou agora a aguardar o resultado.”
Por ter sido o último bebé nessa situação, esta jovem mãe conta que foram muitos dias de sofrimento e de expectativa. Mas manteve sempre a esperança de levar a menina para casa. “Chorei muito junto com as outras mães porque entendia a dor delas. Nunca perdi a esperança de que ia levar a minha bebé para casa. Mas, de uma hora para outra, a sua situação deteriorou. Não está fácil. Estive três semanas hospitalizada e vou agora para casa sem a minha filha nos braços.”
O mais angustiante, diz, é que teve uma gravidez normal, sempre acompanhada por médicos. Teve uma perda de liquido e foi internada durante seis dias no HBS, antes da filha nascer, pesando 1.650 gramas. “Agora são sete os óbitos de recém-nascidos este mês de maio, tendo em conta que na terça-feira uma outra criança que nasceu esta semana, e foi também colocada na incubadora da Neonatologia, acabou por morrer”, revela essa mãe.
O estranho falecimento das crianças foi relatado pelo Mindel Insite, tendo a direção do HBS garantido que iria fazer uma investigação interna, enquanto o Ministério da Saúde anunciava, por seu lado, a abertura de uma auditoria, ordenada pela ministra da tutela, para apurar as “reais causas” desses óbitos.