Pub.
Social

Apreensão de bebidas alcoólicas no Adérito Sena: Comandante Regional diz que PN cumpriu a lei 

Pub.

A operação da Policia Nacional ontem no estádio Adérito Sena durante o jogo entre a Académica do Mindelo e o Barreirense do Maio, que resultou na apreensão de bebidas alcoólicas, está a ser duramente criticada pelos mindelenses. O Comandante Regional da Policia Nacional, João Santos, garante que foi deslocado uma única viatura do Corpo de Intervenção para fiscalizar o cumprimento da lei que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas na via pública. E limitaram a cumprir a lei. 

Esta acção provocou uma correria nas imediações do estádio, devidamente registada em videos e fotografias por pessoas que se encontravam no estádio, cuja divulgação nas redes sociais continua a suscitar fortes reações dos cabo-verdianos residentes e na diáspora, que evoca a importância no “balaio” no sustento das famílias no país. As reações mais contundes aparecem no video em que pelo menos duas conhecidas vendedeiras, após terem os seus produtos apreendidos, entraram no estádio e foram confrontar o presidente da CMSV, Augusto Neves, e o Ministro Paulo Rocha. 

Publicidade

“Um kria lhes fidje tud na baloi e um das escola”, grita uma das mulheres, que foi fortemente aplaudida pelo publico presente no Adérito Sena. Outros optaram por questionar esta lei, realçando que, em todos os estádios de futebol do mundo, há patrocínios e venda de bebidas alcoólicas sem problema, enquanto que em Cabo Verde apreende-se produtos a venda, não dentro mas a volta dos campos de futebol.   

Confrontado, o Comandante Regional da PN justificou a operação com a necessidade de controlar o consumo de bebidas alcoólicas em função da lei em vigor , que diz que é proibido vender e consumir álcool na via pública. “A PN limitou a fiscalizar o cumprimento da lei. Concordamos que as pessoas queiram vender, mas têm de entender também que a polícia fez o seu trabalho”, declarou João Santos. 

Publicidade

Este responsável lembra que a lei existe e não foi revogada e nem alterado. “A lei foi publicada, vigora há mais de um ano e tem vindo a ser aceite naturalmente. A polícia cumpriu o que está estipulado, nada mais do que isso. Não houve nenhuma pressão extra ou anormal”, explicou, reconhecendo que houve alguma resistência da parte das vendedeiras, que tentaram desafiar as autoridades e a lei em vigor. 

“As pessoas entenderam que deveriam vender e a PN que é seu dever fiscalizar o consumo de bebidas alcoólicas na via pública. Se alguém pensa que a policia agiu mal ou em contramão pode recorrer. As pessoas sabem que tentaram driblar a lei. Podem agir e criticar, mas não podem questionar a acção da PN porque não agiu mal e nem faltou respeito. Limitou-se a cumprir o que está estipulado na lei.”

Publicidade

João Santos nega ainda que a PN tenha usado de força excessiva ao deslocar três viaturas para o estádio para conter um pequeno grupo de vendedores e apreender três arcas. “Não houve uma intervenção robusta. Havia policias que estavam a fazer a segurança no estádio. Foi deslocado apenas uma viatura de intervenção para reforçar o trabalho na altura. A força solicitada ou requisitada é proporcional a resistência encontrada. A operação foi coordenada por um oficial, que requisitou a presença da intervenção porque viu que havia necessidade. Isto porque havia polícias de serviço no campo e a forca requisitada foi apenas para controlar a venda de bebidas alcoólicas fora do estádio Adérito Sena. Esta venda não fazia parte do plano de segurança para o jogo de futebol”, explicou. 

Em jeito de remate, o Comandate da PN diz não poder confirmar, pelo menos neste momento, se as bebidas apreendidas foram devolvidas pelo oficial que comandou as operações aos vendedores. 

Foto: Vuka Lopes

Mostrar mais

Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo