Valódia Monteiro
Estranho isto!
Sinto que a vida é mais que um miar de sons e que a luz se encontra num mar de mãos, escondendo-se dum corvo.
A pessoa pensa-se um condor, mas não passa da sombra do inferno mais próximo.
Quem tem um olho pede outro a um viajante (gordo ou magro, a barriga ficou de fora), pois mais vale um porco no prato que a pérola no seu dente.
À tarde, antes do Sol-Lua, alguém pergunta-me se estou bem ou se aquilo que eu via era Deus beijando a fonte d’ AQUELE HOMEM.
Qual bicho!
Chiu!
Ainda não me transformei.
Espero novas dum canto que não se rendeu aos flagelos.
Nós somos.
(O grito preso é ou quer ser.)
Temos dentes para quê:
para pontes ou para mentiras?
A minha cabeça não está calva, mas o gosto a mudança assenta-se em qualquer plano.
Isto é esquisito!
Construo vias para um desfecho, mas o chão continua encimando os meus ombros.
Isto é estranho!
Nunca pedi nada ao vento,
mas acordei com um cheiro a…
Estranho isto: sentir.