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Por onde têm andado, por que veredas deambulam os Presidentes das Câmaras de Comércio e de Turismo, da ADECO, AAC, ACV-VINCI?!

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Por: Américo Faria Medina

Não pergunto pela TACV e BF porque essas conheço-as todas ao pormenor, até a cor da camisola interior que traz cada executivo debaixo da camisa, blusa ou blazer…(!) ou o dessert que comeram ao almoço e marca do champanhe consumido no jantar!

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1. Já uns anos a esta data que em todas as estações altas Verão e Quadra Festiva, temos a(s) mesma(s) cena(s): cancelamentos e atrasos acentuados a catadupa nos voos domésticos e internacionais (TACV): várias centenas de passageiros abandonados à sua sorte nos terminais dos aeroportos; centenas de passageiros sem o mínimo de informações e assistência, com as suas programações, agenda, férias e vida profissional totalmente comprometidas.

A quem interessa isso? Tem que ser mesmo assim? Não é possível as instituições, operadoras, organizações correlacionadas e conexas sentarem-se à volta de uma mesa, mesmo que seja uma mesa virtual ( vídeo conferências) para planificarem previamente a abordagem a ser feita pelo sector ( transportes e turismo) antes de cada estação alta ?

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Não é possível na base das experiências anteriores identificarmos eventuais e potenciais vulnerabilidades e estrangulamentos e agir no sentido de os mitigar a montante e desenhar planos de contingência que envolvam todos e que no final da linha favorecem o saneamento desses caos cíclicos que assistimos a cada estação alta ? Os Aeroportos de Cabo Verde-VINCI não se preocupam com essa má reputação que esses atrasos e cancelamentos geram no ranking dos aeroportos que competem entre si como destinos turísticos(?); os gestores aeroportuários não se preocupam com o nível de insatisfação e pressão que tudo isso gera nos passageiros, nos terminais e seu funcionamento?

Os Presidentes das Câmaras de Comércio e do Turismo não estão interessados em que essas épocas altas tenham menos sobressaltos e que os fluxos dos que demandam os transportes aéreos se processem de forma menos caótica, mais previsível e com menor impacto nos negócios e demanda?

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A ADECO não poderia em parceria com a empresa gestora dos aeroportos e AAC identificar ( os dados existem e há registo) o que agride os direitos dos passageiros e os impacte em cada época alta e exercer uma cobertura, uma assistência em tempo real e de maior proximidade nos terminais nos dias de ponta? Esses balcões de “ASK ME”/ RELAÇÕES PÚBLICAS existentes nos terminais não podem ser compartilhados nestes momentos de aperto/contingência/época alta pela gestora aeroportuária/ADECO/CT/AAC em nome da eficiência, assistência adequada e excelência que almejamos para os nossos passageiros e turistas que demandam o destino ?

Essas instituições não falam entre si ? Não estabelecem metas a serem atingidas enquanto país de destino turístico previamente a cada estação ? Não analisam o que correu mal na estação anterior e que deve ser corrigido na próxima? Não fazem compromissos uns com os outros ? Que fazem no fim de cada estação e previamente à estação seguinte ?

2. Quanto ao novo caos( mais um) induzido pela TACV na vida das pessoas nas últimas horas e , indo direto ao ponto e à propósito de um post de um profissional que saltou no pit para defender a indefensável dama, importa dizer que uma vez mais, o “forcado” passou ao lado dos cornos da verdadeira besta e foi agarrar os cornos de uma “vaca” leiteira pois que, contingências e avarias acontecem sim senhor “Mr. Navegante”! O busílis está na gestão da mesma e na planificação que se faz para mitigar a montante as consequências ! Sabe o “Mr Navegante” o que é Airline Disruption Management? Deveria saber se quer ajudar a esclarecer melhor os facebookers!

Ora, tendo a empresa 2 aviões na frota, a operarem abaixo do mínimo de horas recomendáveis e possíveis, a empresa tem hoje 2 aviões e dois destinos (Paris e Lisboa), torna-se incompreensível, uma vez mais, o plano de gestão de frota da Administradora Sara Pires pois, a forma como o plano comercial está desenhado os dois aviões não conseguem ser back up um do outro em situações de avarias!

Vejam que a operação de Paris está programada por forma a deixar o avião que opera essa rota permaneça no chão por mais de 12 horas, ao invés de fazer uma rotação célere de 1 h, regressando à base, para ser reutilizado de imediato após a sua chegada.

Ora, a grande questão que se coloca e que está por detrás dessa operação de Paris (passa ao lado do cidadão comum) prende- se com o número de Pessoal Navegante Técnico (re)qualificado ou seja, a gestão da PCA Sara Pires, navegando na teimosia em não ter pilotos requalificados que permitam o posicionamento por forma a fazer uma rotação eficiente do aparelho em Paris, justificando-se com os custos da formação…, uma falácia!

Ou seja, temos uma rotação a forçar uma paragem de mais de 12 h em Paris por faltarem recursos humanos, entretanto a mesma gestora anda a pagar salários a 6 comandantes e 2 copilotos que estão em casa sem trabalhar uma única hora por mês, sem os poder “desconfinar”, retirá-los de vez dessa “ prisão domiciliária”!

Caso todos os Pilotos estivessem qualificados, situações como as de ontem, poderiam ser minimizadas pois, o avião de Paris poderia ter regressado e apoiado na avaria que levou ao cancelamento do voo de Lisboa!

A qualquer contribuinte, mormente gestor, dentre muitas questões, há uma pergunta que acho não se cala : será que o custo da actual disrupção bem como o custo incomensurável do (des)prestígio, marca, credibilidade e reputação é inferior ao custo de termos todos os pilotos requalificados?

É que operarem ainda que 10 horas de voo por mês, é sempre melhor do que estarem a receber em casa limitando o planeamento comercial e complicando o sistema de back up, lembrando que uma avião no chão representa perda de 50% da frota da empresa e sem back up 100% da rota operada pelo avião em causa.

Não será possível almejarmos e termos ( já tivemos ) um Planeamento de Frota&Rota mais eficiente? Um Disruption Management melhor a cada evento, a cada avaria ?

Caso tenha a PCA Sara Pires alguma dúvida, faça uma chamada para Tokyo e fale com uns tais de “ Tubarões Martelo” ! Eles parece que percebem muito de Planificação.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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