João Henrique Delgado da Cruz
O empate em Trípoli moralizou a equipa para o jogo decisivo contra a eSwatini e serve de aviso sobre erros que não se podem repetir. Também mostrou a raça e o querer de uma seleção com o coração ligado ao povo cabo-verdiano, sequioso de uma grande alegria. Vamos encarar o próximo jogo com garra e humildade porque o sonho é já no dia 13, o DIA GRANDE nunca esteve tão perto.
Força Cabo Verde, um país pequeno com um coração grande com ramificações do tamanho do Mundo! No jogo do dia 8 sentimos a falta do VAR. O golo nunca seria anulado, e o árbitro não apitaria quando o árbitro assistente levantou a bandeirola.
Mas… … passemos à frente. O nosso próximo adversário é a eSwatini. No histórico dos três confrontos, temos duas vitórias fora de portas… e o empate caseiro no Estádio Nacional com sabor a derrota nas eliminatórias da CAN em 2023.
O nome pode soar estranho, mas eSwatini é a nova Suazilândia. No seu 50º aniversário, 19 de abril de 2018, o rei Mswati III, líder autocrático da Suazilândia desde 1986, resolve anunciar que o país passa a chamar-se Reino de eSwatini. O rei vê nesta mudança toponímica uma forma de expurgar a herança colonial britânica, recuperando o nome original pré-colonial eSwatini (na língua Suazí) que significa “lar do povo Suazí”, em inglês é Eswatini.
ESwatini faz fronteira com Moçambique e é uma espécie de enclave da África do Sul. Suas capitais são Mebabane (administrativa) e Lobamba (legislativa). Num Seminário em Moçambique em 2013, fomos até a então Suazilândia e fiquei extasiado com a produção de bio-energia. Só pensei na quantidade de grogue que se podia produzir com os milhares de hectares de cana de açúcar.
Lembro-me de me terem deixado entrar e não me quererem deixar sair. Era o único que não tinha passaporte diplomático, e a Suazilândia não tinha relações com Cabo Verde. Depois de dizer aos guardas fronteiriços que não tinha dinheiro para pagar, decidiram deixar-me seguir para Maputo.
Nessa altura anunciava-se a fuga de uma jovem que lutava para conseguir asilo político em Inglaterra depois do rei Mswati III a ter escolhida sete anos atrás para ser sua 14ª noiva. Os homens suazís podem acumular múltiplas mulheres como cônjuges, sem nenhuma limitação moral ou penal. Insólita é a forma de tratamento, com trocas de esposas podendo ser negociadas até por artefatos.
O rei, por sua vez, possui um método exclusivo para formar seu harém. Escolhe suas esposas na maior festa nacional, o festival anual Umhlanga, ou Dança dos Juncos, onde jovens virgens dançam para o monarca, que então seleciona uma para se tornar sua nova esposa.
O pai de Mswati III, Sobhuza II, que reinou de 1921 a 1982 teve 120 esposas (este escolhia várias em cada ano). Mas… bla bla à parte, o que importa é a VITÓRIA NO DIA 13! Força, Tubarões Azuis!