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O chico-espertismo de Cabo Verde

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Votou abstenção porque a resolução era parcial. A nível da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o único país que não foi parcial foi Cabo Verde. A nível da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Cabo Verde também foi o único que não foi parcial, porque todos os outros países presentes que votaram favoravelmente foram parciais.

Por: José Reis

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Somos mesmo o país mais inteligente de entre os falantes de língua portuguesa, os únicos a toparem no texto a parcialidade na pausa humanitária. Bravo!!!

As questões que deveriam ser colocadas a Cabo Verde eram as seguintes: o que é que a pausa humanitária para assistir a civis palestinianos com comida, água, assistência médica e medicamentos tem a ver com condenação dos atos do Hamas? Os civis palestinianos têm que pagar por atos do Hamas?A sua assistência humanitária deve estar condicionada à condenação das ações do Hamas?

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Tivesse Cabo Verde colocado essas questões a si próprio, talvez não teria escolhido a via da indiferença.

Ora bem, Cabo Verde não sabe que aplicação do direito internacional humanitário independe da condenação ou não dos atos perpetrados por Hamas? Não sabe Cabo Verde que privar população inteira de comida, água e medicamentos é crime de guerra e é violação do direito internacional humanitário?

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Há momentos que o melhor a fazer é ficar mesmo calado, pelos menos beneficiava-se do benefício da dúvida.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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