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Mudança e as pessoas…Novo paradigma!

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 A “prisão” da acomodação, desculpando no “ê bá d’vagar; tchá pralá; enê nada c’mim”, no medo de perder o básico ou algumas benesses, tem-nos levado para um caminho que compromete o nosso bem-estar presente, visível, e, sobretudo, o futuro. A submissão ao status quo vigente, a mania egoísta de “dá nhe expediente”, além da paixão excessiva pelo clube do partido, têm levado que a manipulação seja constante e permanente para a continuidade das nossas desventuras. Portanto, acho que é tempo de nos auto analisarmos, tempo de questionamos, tal como aventado por Freud, “Qual a nossa responsabilidade no mal que nos queixamos?”

Por: Nelson Faria

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O poder político tem prazo de validade. A partir de uma certa altura mesmo a boa vontade e as boas intenções dos incumbentes, aqueles que detém o poder, não se materializam, pois, os vícios associados estão instalados, são perniciosos e contribuem regressivamente para avanços e melhorias. A natureza humana assim como a democracia, a boa, obrigam que mudanças tenham de acontecer para acalentar e construir um novo. Com outra energia, outro entusiasmo, outra visão e forma de fazer. Creio que já chegamos a este ponto. Um ponto onde o novo, a mudança, é imperativo para um São Vicente diferente para melhor.

A mudança é sinal de inteligência, é a aceitação da continuidade do tempo e da sua dinâmica para nos mantermos na linha do futuro que queremos para nós e os nossos descendentes. As mudanças são necessárias, mormente em paradigmas onde não se vislumbra valor acrescentado do poder reinante, incompatibilidades com a evolução e o fato de não representar o presente e muito menos o futuro. Poder pelo poder, status pelo status é retrocesso. As mudanças podem parecer estanhas, mas, são necessárias, basta entranharmos. Na minha perspetiva, uma mudança positiva, repleta de boa energia, de capacidade, talento, comprometimento e competência é o que São Vicente precisa.

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Por isso, o meu foco nas eleições transcende partidos, aceitando que são parte e forças necessárias nas democracias, dizia, o meu foco está nas pessoas, sus competências e habilidades para realizar programas e projetos a que se propõe. Levar e elevar São Vicente para o patamar que merece. Por isso, agradaria ver elevação do eleitorado e dos candidatos, com uma postura acima da rasa ditada pelos estereótipos, pelos rótulos, pela adjetivação negativa sem se conhecer as pessoas. As percepções são individuais, são livres, entretanto, podem não corresponder à verdade sobre as pessoas.

Na política, pelas paixões e interesses inerentes, a necessidade de atacar as pessoas que
não nos convém, um simples adversário, torna-se maior. Tende-se a fazer do adversário um inimigo a ser abatido “custe o que custar”. Desaparece o interesse em debater ideias, projetos, política no bom sentido, para a confrontação com o indivíduo. O estereótipo, o rótulo, a adjetivação negativa, as falácias e mentiras sobre as pessoas tendem a ser permanentes e o foco de atuação, até de gente que deveria ter outra elevação intelectual. Perde-se a racionalidade e o bom-senso. Aplica-se por inteiro a estratégia fraca, de baixo nível, onde em vez de se centrar no argumento, centrar-se no argumentador.

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Gostaria de ver, e apelo uma vez mais, elevação nas eleições que se avizinham. Que a discussão
sobre pessoas seja sempre sobre as suas habilidades e competências para a realização dos
programas e projetos que propõe. Nunca de forma pejorativa, negativa e falaciosa por conveniência. Que o centro da discussão seja em como melhorar a situação em que nos encontramos ou como chegar no patamar de desenvolvimento, bem-estar e felicidade que almejamos. Como tratar do presente com vista ao futuro, pois, sobre o passado fica o aprendizado. Desejo, sinceramente, que sejamos todos capazes disso, de dar um passo em frente, de melhorar a democracia e qualificar o exercício da atividade política.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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