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Opinião

Carta aberta à Sra. Comandante Regional da PN de S. Vicente

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Primeiramente, quero demonstrar a minha absoluta perplexidade perante as suas declarações ao jornal Mindelinsite sobre um assunto que a comandante ficou de entrar em contato comigo para esclarecimentos e possível entendimento.

Sra Comandante, quando um cidadão se dirige à esquadra policial para apresentar uma queixa, este deve ser recebido com o melhor respeito e empatia possível. 

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Pode pois resultar que essa pessoa esteja sobre uma enorme carga emotiva para apresentar e queixar-se.

O respeito e a empatia não foram apercebidos por mim naquela segunda-feira, 22 de agosto, primeiro dia que tentei apresentar a queixa. Ao invés disso, minha sensação foi de incredulidade e impotência, perante o comportamento classista e machista do agente que me atendeu.

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Porém, posso entender que é um comportamento à parte do caracter de uma pessoa e da carga emocional que se encontra o cidadão que vai queixar. Mas, para mim, o que não é normal:

  • Que a notificação à um demandado seja realizado por quem demanda ou por uma pessoa de confiança e responsável;  
  • Que não se regista uma queixa por falta de dados pessoais (nome completo do demandado, sendo que se sabia o primeiro nome e havendo testemunhas);
  • Que a polícia tenha o demandado nas suas instalações e este não é notificado e nem se faz nada no sentido da sua notificação;
  • Que os piquetes policiais que foram ao Km6 não saibam os motivos da qual vão à caça do demandando;
  • Que a função da policia seja de conciliar (segundo você), e não diga que isso é proteção e defesa dos direitos e liberdades dos cidadãos.

É nisso que a comandante deve pensar seriamente.

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Sra. Comandante, há muito trabalho a ser feito, apurar responsabilidades e dar instruções adequadas para que os agentes policiais possam atuar de forma correta, com respeito e empatia perante o cidadão que recorre à esta instituição do Estado, procurando salvaguardar seus direitos garantidos pela Constituição da República.

Sra. Comandante, há muito trabalho em frente, a minha pergunta é: É capaz de realizar este trabalho para que haja uma justiça mais justa e equitativa a todos os cidadãos”

Eurídice Tatiana Silva Lopes

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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