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3 S’s – Subordinação, Submissão e Subserviência!

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A cultura da bajulação, da idolatria, do fanatismo cego requer muito dos 3S’s. Mas, apesar de relacionados, os 3S’s têm nuances diferentes. Entretanto, a minha questão é: como termos um novo paradigma social, desejado, se a nossa mente e o nosso comportamento for mais do mesmo?

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 Por: Nelson Faria

Diz a definição que a subordinação é o ato ou estado de estar em uma posição inferior ou subordinada em relação a outra pessoa, grupo ou entidade. Envolve uma hierarquia clara de autoridade ou poder, onde a pessoa subordinada está submetida às decisões ou direções de outra parte o que é perfeitamente normal e aceitável nas organizações e no próprio Estado. A hierarquia deve ser respeitada, se também fizerem por merecer esse respeito.

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Contudo, pela nossa organização social, cabe a cada um saber lidar de forma inteligente com situações onde a hierarquia não merece esse respeito e não tem faltado exemplos. A estabilidade das organizações e do nosso Estado requer que saibamos todos ser subordinados às hierarquias que estão definidas, consensuais e convencionadas. Ser subordinado não significa perder a voz, perder a capacidade pensante ou mesmo não se posicionar contra situações que contrariem princípios, valores e objetivos comuns. Desde que com respeito e de forma sustentada, o subordinado pode sempre demonstrar a sua posição.

A submissão, tem uma nuance diferente, refere-se a um estado ou ação de se submeter a alguém ou a algo, geralmente por vontade própria ou por pressão externa. Pode envolver aceitação passiva ou ativa de autoridade ou controle. É uma aceitação tendendo para aceitar tudo sem perceber a ténue fronteira entre a subordinação e a submissão excessiva. Tende-se a perder a capacidade pensante desculpando se frequentemente com a subordinação que deve ser respeitada, o que, não raras vezes leva a subserviência que Implica um comportamento ou atitude excessivamente subserviente, frequentemente caracterizado por obedecer ou servir de maneira excessivamente deferente ou submissa, muitas vezes sem questionamento ou independência.

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Naturalmente, entre esses comportamentos recomenda-se evitar ser “vassalo”, evitar a submissão e
a subserviência para promover um senso de dignidade, respeito próprio e igualdade nas relações com todos os poderes para a promoção do bem-estar pessoal e coletivo. A subordinação positiva deve ser cultivada, mas não se deve permitir baixar para a submissão subserviente. Porém, se a mente estiver “escravizada”, na dependência e no cultivo da bajulação, dificilmente sairemos do estado da arte que nos encontramos. Custa-me ver pessoas a perderam a autoestima, a autoconfiança, a sua capacidade pensante, o que inibe o seu próprio crescimento enquanto pessoa, colocando em causa a sua saúde mental por conta de dois dos 3S’s, por conta da idolatria, do fanatismo, da bajulação e interesses.

Se queremos relações saudáveis com os poderes, que evitem a dominação, a submissão e a subserviência, relações que promovam, de facto, mudanças sociais positivas, dois dos 3S’s devem ser evitados em troca de valores de igualdade e respeito em várias esferas da vida, sobretudo a política. A comunicação assertiva, a autonomia de pensamento, a reciprocidade, o respeito mútuo deve prevalecer em detrimento da bajulação subserviente.

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Constanca Pina

Formada em jornalismo pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ). Trabalhou como jornalista no semanário A Semana de 1997 a 2016. Sócia-fundadora do Mindel Insite, desempenha as funções de Chefe de Redação e jornalista/repórter. Paralelamente, leccionou na Universidade Lusófona de Cabo Verde de 2013 a 2020, disciplinas de Jornalismo Económico, Jornalismo Investigativo e Redação Jornalística. Atualmente lecciona a disciplina de Jornalismo Comparado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV).

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