Um alegado grupo de motociclistas armados afetos ao regime atacou a viatura do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó. Os motares terão interceptado o carro geralmente utilizado por Guaidó e atacaram-na com golpes, paus, pedras e engenhos explosivos artesanais.
Um vídeo divulgado na internet mostra que o ataque ocasionou danos materiais na porta do lado do motorista e destruiu o espelho retrovisor. Foi pouco depois de o grupo cercar o Palácio Legislativo, gritando palavras de ordem e insultos contra os parlamentares e Guaidó, que também é presidente da Assembleia Nacional, onde a oposição detém a maioria.
Guaidó saía do parlamento onde presidiu a uma sessão durante a qual condenou a chegada à Venezuela de dois aviões e cerca de uma centena de militares da Rússia, no passado sábado, e acusou Caracas e Moscovo de violarem a Constituição da Venezuela.
Segundo o parlamento, as missões militares deveriam ser autorizadas por aquele organismo, o único controlado pela oposição no país caribenho. “Esses aviões não trouxeram geradores, nem técnicos para intervir (na barragem de) El Guri, nem geradores para substituir os danificados, trouxeram militares estrangeiros para solo venezuelano, esquecendo a crise que temos na Venezuela”, disse, em alusão ao apagão que afecta o país.
Guaidó frisou que o Governo “não tem como solucionar” a crise eléctrica “que criou” no país, e que inventa motivos, recomendando à população que compre velas e lanternas, perante uma falha técnica provocada pelo “mau funcionamento e a corrupção” no sistema elétrico venezuelano.
Através de um comunicado, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiro de Rússia, Maria Zajarova, explicou que o envio de militares russas para Caracas faz parte de um acordo de cooperação técnico-militar assinado entre a Venezuela e a Rússia em 2011, o que dispensa “aprovação adicional”.
C/Observador.pt